domingo, 2 de setembro de 2012

DESCONCENTRAÇÃO, AFIRMAÇÃO E AFLIÇÃO

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)

Foram estas as três fases do jogo, pelas quais passaram os Campeões nacionais frente à aguerrida turma algarvia do Olhanense.

Com Defour no lugar do lesionado Fernando, Vítor Pereira fez subir ao relvado demasiado escorregadio do Estádio do Algarve os restantes dez jogadores que tão bem haviam jogado oito dias antes. Os Dragões entraram algo desconcentrados, perdendo muitas bolas e variadas disputas, não conseguindo ligar o seu jogo. Muito menos Lucho que no jogo anterior, pouco Moutinho e sobretudo uma cobertura deficiente dos laterais Danilo e Alex, que subiam muito e não recuperavam.  Os jogadores da casa aproveitaram bem essa desconcentração obtendo o golo inaugural, antes do quarto de hora inicial, numa perda de bola de Alex Sandro, que deixou a sua faixa desguarnecida, muito bem explorada por Luís Filipe que foi à linha cruzar atrasado, beneficiando da escorregadela de Maicon que lhe tinha saída ao caminho. Em zona frontal à baliza Abdi teve tempo para fazer a recepção,  ter uma hesitação, enquadrar-se com a baliza e atirar a contar,  tudo isto com a complacência de Otamendi, Moutinho e Alex Sandro que acorreram ao lance.

O FC Porto tentou reagir mas nem sempre da melhor maneira. Ainda assim, Jackson, de cabeça e Hulk, numa «bomba» que ainda raspou a quina do poste da baliza dos algarvios, estiveram perto de serem felizes.
Vítor Pereira não tardou a lançar James Rodríguez, por troca com o jovem Atsu, muito apagado. Foi uma aposta rápida e decisiva porque o colombiano mexeu logo com o jogo. O FC Porto tornou-se mais clarividente e perigoso. Primeiro desmarcou primorosamente Moutinho que recebeu mas atirou contra o guardião e um pouco mais tarde, recebendo uma bola afastada com os punhos, por Ricardo, dominou com o peito e face ao adiantamento do guarda-redes, rematou em «chapéu», obtendo, de belo efeito, o golo da igualdade que os Dragões já justificavam amplamente.

No regresso após o intervalo, os bi-campeões nacionais entraram decididos a fazer a reviravolta total, criando desde o primeiro minuto boas ocasiões para passarem para a frente no marcador. Jackson Martinez viu um seu cabeceamento esbarrar na trave, aos 46' e aos 49' a magia de James voltou a fazer-se sentir, num magistral passe a rasgar a zona central da defesa do Olhanense a que o seu compatriota Jackson Martinez acorreu, com toda a oportunidade e frieza, evitando a saída de Ricardo, contornando-o e atirando de pé esquerdo para a baliza deserta. Os azuis e brancos eram donos e senhores do jogo e passavam, com classe e mérito para a frente do marcador.
Mas ainda não estavam satisfeitos. O domínio tornou-se avassalador e o terceiro golo espreitava.  Golo que surgiu mesmo, pelos pés do incrível Hulk, em mais uma «bomba» de pé esquerdo a deixar Ricardo tão incrédulo quanto impotente. Parecia que os Dragões tinham finalmente dizimado a organização algarvia e que daí à goleada seria um ver se te avias.
Puro engano. Defour lesionou-se sendo substituído por Castro e o FC Porto passou por um espiral de aflições. A velocidade e codícia de Targino, que Sérgio Conceição lançara no jogo, aliadas à menor organização defensiva portista acabaram por modificar o curso do jogo. Num lance aparentemente inofensivo, Maicon rechassou de cabeça, no meio-campo, uma tentativa de contra-ataque, Castro deixou-se antecipar por Rui Duarte, tendo o jogador do Olhanense aproveitado o adiantamento dos defesa do FC Porto para meter a bola, em profundidade, com Targino a atirar a contar reduzindo o marcador, a quatro minutos do fim. Até final foi uma autêntica tremedeira!

A vitória portista é no entanto justa, em função das oportunidades criadas e do bom futebol apresentado na maior parte do encontro.

Destaques para a magia de James Rodríguez, o melhor jogador em campo, para Hulk, que sem ser brilhante foi o incrível de sempre e ainda para Jackson Martinez, paulatinamente mais ambientado.  

3 comentários:

  1. Pena aquele golo do Olhanense...

    Bela partida do F.C.Porto que sofreu um golo contra a corrente do jogo, mas soube dar a volta, com carácter, atitude, qualidade. Pena os últimos minutos de descompressão que podiam deitar tudo a perder. Espero que tenha ficado a lição.

    Abraço

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  2. Boas,

    Foi um jogo assim, assim ... perante um relvado bom para pasto, os jogadores do Porto quer na altura de decisão quer no 1º golo dos de Olhão, não conseguiram ser eficazes e ficaram nas covas.
    Para quem por sistema critica Vitor Pereira (que eu tambem não morro de amores) ele esteve muito bem aos 35 minutos (algo que é quase pecado para a maior parte dos treinadores, esperam os 60 minutos) a ler o jogo e a trocar Atsu por James.
    Esta visto que James rende mais quando vem do banco e mais uma vez entrou bem, aso contrario de um jogador que aprecio, Silvestre Varela.
    Penso que ainda temos que trabalhar mais e os jogadores saberem que o jogo tem 90 minutos e é importante que lutem do primeiro ao ultimo.
    Não entendi a atitude do Sergio ... mas ja não é a primeira nem será a ultima.

    um abraço

    http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt

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  3. Boa tarde,

    Como se previa foi um jogo complicado, e só um FC Porto sério e empenhado conseguiu vencer com inteira justiça.

    A Olhanense poderá ser uma das revelações deste campeonato. Reforçou-se bem e conta com jovens jogadores que podem despontar.

    James foi o homem que mexeu com o jogo, tendo VP estado muito bem na leitura do jogo.

    Pena termos sofrido o golo no cair do pano, pois não era merecido.

    Excelente e fantástico o apoio da família portista do centro e sul do País e dos SD e Colectivo que se deslocaram em força.

    Esperemos agora que os mercados fechem de vez, pois com estes atletas podemos sonhar alto.

    Abraço e boa semana

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.pt

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