quarta-feira, 6 de junho de 2012

RESUMO HISTÓRICO DOS CAMPEONATOS DA EUROPA - PARTE II

O EURO/1964 despertou muito mais interesse que o anterior. Desta vez foram 29 os países que se inscreveram, continuando a ficar de fora a Alemanha Ocidental.

A fase de qualificação contou com uma pré-eliminatória, com mais uma interferência política. A Grécia desistiu do seu jogo com a Albânia, país com quem não tinha relações. Depois de vencidos os seus adversários, as quatro selecções apuradas para a fase final foram a Espanha,  a Dinamarca, a Hungria e a União Soviética.

Entretanto Portugal, de quem se esperava uma grande prestação, em função dos êxitos europeus do Benfica, acabou afastado na pré-eliminatória às mãos da Bulgária. à derrota por 3-1, em Sófia, os portugueses responderam com igual resultado em Lisboa, forçando o jogo de desempate que se realizou em Roma.  Aí, a selecção do Benfica, perdão, de Portugal foi batida por 1-0 e afastada, à primeira, da prova.

Nestes 3 jogos estiveram envolvidos quatro atletas do FC Porto. Hernâni jogou em Sófia e em Lisboa, Serafim jogou em Sófia e Roma, Festa e Paula jogaram em Roma:
A fase final teve lugar em Espanha, nas cidades de Madrid e Barcelona. O jogo de atribuição do título foi disputado entre a Espanha e a União Soviética, com vitória espanhola por 2-1. A Hungria foi medalha de bronze ao vencer a Dinamarca, por 3-1, após prolongamento.

Desta vez com a presença de todas as maiores potências do futebol europeu, a qualificação foi disputada pela primeira vez com uma fase de 8 grupos de 4 selecções/cada, de onde sairiam as 8 formações que disputariam os quartos-de-final em eliminatória a duas mãos.

Portugal ficou no Grupo 2, com a Bulgária, Suécia e Noruega, classificando-se na 2ª posição, com 6 jogos, 2 vitórias, 2 empates, 2 derrotas, 6 golos marcados, 6 sofridos e 6 pontos, menos 4 que a Bulgária, que seguiu em frente. Era a terceira tentativa frustrada.

Mais uma vez, numa selecção dominada por jogadores do Benfica, mesclados com jogadores do Sporting, apenas três portistas deram o seu contributo, com destaque para esse senhor da baliza, Américo Lopes que só falhou o 1º jogo em Lisboa, contra a Suécia.
Para a fase final saltaram a Itália, União Soviética, Inglaterra e Jugoslávia.

A organização do evento foi entregue à Itália. Nápoles, Florença e Roma foram os palcos eleitos da competição.

A Itália foi a grande triunfadora, ao fim de 210 minutos, numa final, frente à Jugoslávia, que terminou com um empate (1-1), depois de prolongamento, sendo necessário disputar uma finalíssima, dois dias depois, que garantiu o triunfo da Squadra Azurra.

A medalha de bronze foi para a Inglaterra que venceu a União Soviética por 2-0.

De novo 32 países envolvidos, divididos em 8 grupos de 4/cada. O sorteio colocou Portugal no Grupo 5, na companhia da Bélgica, Escócia e Dinamarca. Os portugueses não foram além do 2º lugar, no fim dos 6 jogos, com 3 vitória, 1 empate e 2 derrotas, 10 golos marcados e 6 sofridos, somando 7 pontos, menos dois que a Bélgica. Mais uma frustração de uma selecção dominada por jogadores dos clubes de Lisboa.

Apenas dois atletas portistas estivera presentes em três dos seis jogos.
Bélgica, Alemanha Ocidental, Hungria e União Soviética foram as selecções apuradas para a fase final, tendo a Bélgica sido escolhida como país anfitrião.

Bruxelas, Liége e Antuérpia foram as cidades contempladas com os jogos decisivos. O triunfo final sorriu aos alemães, que depois de terem afastado a selecção da casa, por 2-1, venceram a União Soviética, no derradeiro jogo por uns claros 3-0.

Fase de qualificação composta por 8 grupos de 4, uma vez mais. A Portugal tocou o Grupo 1, com Checoslováquia, Inglaterra e Chipre. Mais uma grande desilusão para as cores lusas, que orientadas pelo «mestre» José Maria Pedroto, não foi além do 3º lugar, num grupo muito equilibrado, marcado pela goleada  na única derrota sofrida pelos portugueses, 5-0 na Checoslováquia, onde apenas esteve presente o portista Fernando Gomes.  Nos 6 jogos disputados, Portugal registou 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota, marcando 5 golos contra 7 sofridos, somando 7 pontos, menos dois que a Checoslováquia que seguiu para os quartos-de-final.

Foram 4 os jogadores portistas envolvidos:
Checoslováquia, Alemanha Ocidental, Holanda e Jugoslávia foram os quatro finalistas apurados. A UEFA entregou a organização da fase final à Jugoslávia.

Belgrado e Zagreb foram as cidades escolhidas como palcos. Ao jogo da final chegariam a favorita Alemanha e a Checoslováquia. Foi um jogo muito disputado e emotivo que terminou com um empate a dois golos, no tempo regulamentar, resultado que persistiu durante os 30 minutos de prolongamento, tendo sido necessário recorrer, pela primeira vez numa grande competição, ao desempate através da marcação de grandes penalidades. Aqui aconteceu história. No penalty decisivo, Panenka correu para a bola, simulou um remate potente que fez tombar o categorizado guardião alemão Sepp Maier e com um remate suave fez a bola descrever um chapéu que deixou toda a plateia atónita, num golo que ficou para a história do futebol conhecido como um «penálty à Panenka».

O bronze foi conquistado pela Holanda, na sua vitória por 3-2, após prolongamento, frente à Jugoslávia.
(Continua)

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