Terminadas que estão as análises em termos clubista, vou agora virar a agulha para a Selecção Nacional e para o grande certame que se avizinha, o EURO/2012.
Devo confessar que sempre tive enorme interesse no comportamento da equipa portuguesa, ao longo dos tempos, que foi crescendo com a regular participação e envolvimento de figuras ligadas ao FC Porto.
Sempre procurei superar, na medida do possível, as clivagens que, os habituais «artistas» do panorama desportivo português, também a este nível, desde sempre procuraram fomentar, com consequências nefastas para as hostes portistas, de que Vítor Baía, por exemplo, foi um dos principais prejudicados, mas não o único.
Apesar de tudo, não deixei de ser português e continuo, como sempre, a desejar o melhor para a nossa Selecção, que deveria merecer de todos os agentes desportivos mais respeito, isenção e desportivismo, transformando-se na sua plenitude a equipa de todos nós.
Portugal vai estar envolvido, uma vez mais, na fase final do Campeonato da Europa, razão pela qual interessa recordar um pouco da história desta prova bem como da actuação portuguesa ao longo dos tempos.
Criado pela UEFA no ano de 1960, o Campeonato da Europa é a principal prova de selecções disputado neste continente. Disputa-se de quatro em quatro anos, alternando com o Campeonato do Mundo. Começou por se chamar Torneio das Nações tomando a designação actual desde 1968. O acesso e configuração da prova foi sofrendo alterações até aos nossos dias. Foi uma ideia do francês Henri Delaunay, fundador e primeiro Presidente da UEFA, que começou a amadurecer desde 1927 mas que a instabilidade política nos países europeus foi adiando.
Curiosamente, só depois da morte do seu inspirador (1958) foi possível à UEFA concretizar esse sonho.
De seguida apresento o quadro dos logótipos de cada uma das edições:
Passemos agora à análise sucinta de cada uma delas.
As dezasseis selecções foram depois sujeitas a um sorteio para discutirem entre si a fase de qualificação, jogada em duas mãos, até aos quartos-de-finais.
Os quatro países apurados foram a França, Jugoslávia, Checoslováquia e União Soviética, este último beneficiando da desistência da Espanha que, por motivos políticos, foi impedida pelo presidente ditador Generalíssimo Franco, de disputar os seus jogos dos quartos-de-final, contra os soviéticos.
Portugal também recebeu convite e aceitou participar. Era o tempo do domínio benfiquista no futebol nacional e a Selecção nacional, como habitualmente, era baseada em jogadores desse clube, mesclada com um ou outro «intruso». O seleccionador José Maria Antunes, no entanto, entendeu alargar o seu leque de escolhas dando mais oportunidades a jogadores de outros clubes.
O sorteio colocou no nosso caminho a Republica Democrática da Alemanha. Os portugueses estrearam-se em 21 de Junho de 1958, em Berlim, com uma vitória por 2-0, golos de Matateu e Coluna. O Estádio das Antas foi o palco do jogo da 2ª mão. Disputado a 28 de Junho, do mesmo ano, Portugal voltou a vencer, agora por 3-2, com golos de Cavém e Coluna (2).
O sorteio para os quartos-de-final, foi padrasto e colocou no caminho português a forte formação da Jugoslávia. Os portugueses não resistiram ao maior poderio do adversário. Em 8 de Maio de 1960 ainda conseguiram dar um ar da sua graça, vencendo no Estádio do Jamor, por 2-1, o jogo da 1ª mão, com golos de Santana e Matateu. Mas na 2ª mão, no jogo realizado em Belgrado a 22 de Maio de 1960, o seleccionado português foi copiosamente batido por 5-1, com o golo luso a ser apontado por Cavém. Terminava assim o sonho português.
Nesta primeira aventura estiveram envolvidos cinco jogadores portistas, dois dos quais nos quatro jogos, enquanto os restantes apenas em dois:
A fase final teve lugar em França, com Paris e Marselha a receberem as honras como palco da primeira edição de tão importante certame.
O sorteio ditou o emparelhamento da França com a Jugoslávia, em Paris e o União Soviética com a Checoslováquia, em Marselha. A França saiu derrotada por 5-4 enquanto os soviéticos se desembaraçaram dos checos com uns claros 3-0.
A medalha de bronze acabou nas mãos da Checoslováquia pela sua vitória por 2-0 frente aos franceses, enquanto a medalha de ouro foi para a União Soviética que venceram os jugoslavos, por 2-1, após prolongamento.
(CONTINUA)
Curiosamente, só depois da morte do seu inspirador (1958) foi possível à UEFA concretizar esse sonho.
De seguida apresento o quadro dos logótipos de cada uma das edições:
Passemos agora à análise sucinta de cada uma delas.
Apenas 17 países aceitaram o convite para participar na edição de arranque, ficando de fora alguns com selecções de grande prestígio, como a Alemanha, Itália e Holanda, entre outros. Por isso foi necessário jogar uma pré-eliminatória disputada em duas mãos, entre a República da Irlanda e a Checoslováquia. Os Checos qualificaram-se com relativa facilidade (4-2) apesar de terem perdido fora por 2-0.
As dezasseis selecções foram depois sujeitas a um sorteio para discutirem entre si a fase de qualificação, jogada em duas mãos, até aos quartos-de-finais.
Os quatro países apurados foram a França, Jugoslávia, Checoslováquia e União Soviética, este último beneficiando da desistência da Espanha que, por motivos políticos, foi impedida pelo presidente ditador Generalíssimo Franco, de disputar os seus jogos dos quartos-de-final, contra os soviéticos.
Portugal também recebeu convite e aceitou participar. Era o tempo do domínio benfiquista no futebol nacional e a Selecção nacional, como habitualmente, era baseada em jogadores desse clube, mesclada com um ou outro «intruso». O seleccionador José Maria Antunes, no entanto, entendeu alargar o seu leque de escolhas dando mais oportunidades a jogadores de outros clubes.
O sorteio colocou no nosso caminho a Republica Democrática da Alemanha. Os portugueses estrearam-se em 21 de Junho de 1958, em Berlim, com uma vitória por 2-0, golos de Matateu e Coluna. O Estádio das Antas foi o palco do jogo da 2ª mão. Disputado a 28 de Junho, do mesmo ano, Portugal voltou a vencer, agora por 3-2, com golos de Cavém e Coluna (2).
O sorteio para os quartos-de-final, foi padrasto e colocou no caminho português a forte formação da Jugoslávia. Os portugueses não resistiram ao maior poderio do adversário. Em 8 de Maio de 1960 ainda conseguiram dar um ar da sua graça, vencendo no Estádio do Jamor, por 2-1, o jogo da 1ª mão, com golos de Santana e Matateu. Mas na 2ª mão, no jogo realizado em Belgrado a 22 de Maio de 1960, o seleccionado português foi copiosamente batido por 5-1, com o golo luso a ser apontado por Cavém. Terminava assim o sonho português.
Nesta primeira aventura estiveram envolvidos cinco jogadores portistas, dois dos quais nos quatro jogos, enquanto os restantes apenas em dois:
A fase final teve lugar em França, com Paris e Marselha a receberem as honras como palco da primeira edição de tão importante certame.
O sorteio ditou o emparelhamento da França com a Jugoslávia, em Paris e o União Soviética com a Checoslováquia, em Marselha. A França saiu derrotada por 5-4 enquanto os soviéticos se desembaraçaram dos checos com uns claros 3-0.
A medalha de bronze acabou nas mãos da Checoslováquia pela sua vitória por 2-0 frente aos franceses, enquanto a medalha de ouro foi para a União Soviética que venceram os jugoslavos, por 2-1, após prolongamento.
(CONTINUA)
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