quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

IR AO MAR (AREAL), SOFRER E GANHAR
















FICHA DO JOGO






























O FC Porto qualificou-se para as meias finais da Taça de Portugal, ao derrotar o Leixões, equipa da 2ª Divisão (Ledman Liga Pro), com recurso ao prolongamento.

Numa fase em que o calendário portista está demasiado condensado, Sérgio Conceição optou por gerir o plantel, fazendo nada mais, nada menos que 7 alterações no onze titular.
























Esperava-se um confronto aguerrido, como são todos quando estas duas equipas se encontram, e nada fácil para o FC Porto, tendo em conta as mexidas na equipa, suficientes para alterar o bom entrosamento habitual bem como o estado do terreno, um autêntico areal com alguma relva (em vez de Estádio do Mar bem se podia alterar para Estádio da Praia), dificultando muito o controlo da bola.

Até aos 20 minutos de jogo pertenceu por inteiro ao FC Porto a iniciativa do jogo, período em que ficou bem vincada a supremacia natural e a clara intenção de se adiantar com a maior brevidade possível no marcador.

Não foi fácil chegar ao golo face à enorme intensidade defensiva do Leixões, mas numa jogada em que se destacam o passe magistral de Óliver Torres, a recepção e o remate espectaculares de Herrera, a equipa portista inaugurou o marcador (10').

Sete minutos depois, Fernando Andrade poderia ter dilatado o resultado com um remate muito perigoso e indefensável, que saiu a rasar o poste.

Depois dessa fase os matosinhenses foram aos poucos equilibrando a partida a meio campo com a cumplicidade da equipa do FC Porto que ia perdendo intensidade.

Vieram então ao de cima as fragilidades que alguns jogadores azuis vão acusando. Na defesa,  Alex Telles já não tem a mesma disponibilidade física para o vai vem constante a que nos habituou, dá muito as costas quando defende, permitindo bastantes incursões pelo seu flanco. Na frente foi evidente a falta de ritmo de André Pereira, muito diferente da fogosidade do início da época, talvez algo desmotivado, a perder quase todos os duelos e bastante ineficiente na aproximação à área e no remate. Fernando Andrade ainda longe da sua plena integração, vai acumulando falhanços de oportunidades de golo, umas atrás das outras. Combativo mas faltoso, está muito verde para ser opção. Adrián López teve dificuldades iniciais de adaptação ao terreno, perdendo duelos e falhando recepções, mas aos poucos foi-se recompondo até chegar a um nível aceitável. 

O intervalo chegou obviamente sem mais golos no marcador.

A equipa entrou para o segundo tempo convencida da sua capacidades de ter a bola e obrigar o adversário a correr atrás dela, fazendo correr o tempo a seu favor, até aparecer mais um lance de classe para consolidar o resultado.

Não contava com a entrada forte e determinada do Leixões e pior que isso foi incapaz de reagir positivamente a esta nova disposição do adversário. Permitiu o atrevimento e a ambição e esperança tornaram-se efectivas. Os rubro brancos, apoiados pelos seus adeptos, fizeram várias tentativas até conseguirem o golo da igualdade aos 77 minutos num remate portentoso de Zé Paulo, a que Fabiano se viu impotente para deter.

Sérgio Conceição não gostou do que estava a presenciar. Antes desse golo já tinha feito a primeira alteração, tirando Corona para a entrada de Éder Militão que passou a actuar como médio defensivo, na frente de Felipe e Pepe. Logo após (79') tirou André Pereira metendo Soares e mais tarde (86'), Mbemba, a jogar na lateral do lado direito, saiu para a entrada de Marega, obrigando Militão a deslocar-se para a faixa.

Foi o ressurgimento do Campeão nacional em toda a sua plenitude. Dominador, perigoso e ambicioso. Soares esteve perto de dar vantagem aos 81 minutos, mas falhou o remate de cabeça e o jogo teve de seguir para o prolongamento.

O futebol é pródigo nestas surpresas. O técnico portista pensava dar descanso aos seus atletas mais fustigados mas as circunstâncias contrariaram-no, obrigando-os a horas extras.

O prolongamento só deu FC Porto. Trinta minutos de domínio absoluto que renderam mais dois golos legais, embora só um tenha sido validado pela equipa de arbitragem, que nesta fase da prova não teve a ajuda do VAR.

Soares (100') fez a bola beijar as redes, numa recarga a um remate de cabeça de Marega defendida para a frente por Luís Ribeiro e o árbitro auxiliar, desatento, decidiu mal considerando fora de jogo.

Por essa altura já estava em campo Hernâni, substituto de Fernando Andrade aos 98 minutos, que haveria de confirmar a qualificação portista para as meias finais da Taça de Portugal. Primeiro ameaçou (112') e cinco minutos depois confirmou, numa jogada muito bem construída e melhor concretizada.

Vitória justa, escassa e sofrida, mais por demérito próprio do que mérito alheio.

Segue-se o Chaves para o Campeonato nacional já na próxima Sexta-feira.



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