FICHA DO JOGO
Foi com um golo de Hernâni, no último minuto do tempo de compensação, que o FC Porto conquistou a 10ª vitória consecutiva, num jogo supostamente de futebol que apenas teve uma equipa com interesse em praticar a modalidade. As outras duas equipas (adversário e arbitragem) foram uma farsa e um atentado ao futebol.
Sérgio Conceição fez apenas uma alteração no onze titular, relativamente ao jogo anterior frente aos alemães do Schalke 04. Otávio apareceu, fazendo recuar Jesús Corona para defesa lateral direito. Alguma surpresa ao deixar Soares no banco.
Os jogos frente ao Boavista são tradicionalmente complicados pela rivalidade própria de um derbi. Ninguém esperaria facilidades, muito menos Sérgio Conceição que teve a possibilidade de viver por dentro, como jogador, alguns desses confrontos.
O Boavista não defraudou as expectativas, encarando o desafio como se de uma luta se tratasse, aliás o seu treinador no final enfatizou isso mesmo, apelidando o jogo da sua equipa de uma boa luta. Só que para ele, boa luta, significou pôr em prática todos os argumentos que normalmente utilizam as equipas que não dominam a técnica nem a ciência do futebol, recorrendo ao invés, à «sarrafada», à manha e ao anti-jogo, encontrando na figura do tipo do apito (um árbitro sem qualquer qualidade nem para apitar o futebol amador), um precioso aliado na execução dessa estratégia.
Desde o começo da partida que se percebeu a disposição trauliteira da equipa axadrezada, bem como a permissividade da equipa de arbitragem, que apesar de ter motivos para intervir disciplinarmente, só aos 25 minutos se decidiu mostrar o primeiro cartão amarelo.
Este clima obviamente influenciou negativamente a performance dos jogadores do FC Porto, enervando-os, tirando-lhes discernimento e principalmente capacidade para acertar nas redes de Helton.
Otávio, aos 31 minutos dispôs de uma boa oportunidade mas falhou na direcção do remate, fazendo a bola tocar nas malhas laterais da baliza e dois minutos depois foi Brahimi a não acertar na baliza, fazendo a bola passar muito rente ao poste. Aos 37 minutos, de novo Otávio entrou pela direita e em vez de rematar cruzou para a boca da baliza, mas a defensiva boavisteira foi mais lesta que os avançados portistas. Aos 42 minutos os campeões nacionais voltaram a ter o golo à sua mercê. Danilo cruzou, Herrera atrapalhou-se com a bola, conseguiu ainda tocar para Brahimi e o argelino em noite desinspirada atirou contra o guarda-redes.
O intervalo chegou assim com o marcador em branco, ao fim de 49 minutos, onde se jogou menos de metade desse tempo, marcado por uma atitude hostil dos jogadores boavisteiros, sempre à procura da confusão, que acabaria por determinar a expulsão de Luís Gonçalves, director desportivo do FC Porto, por mostrar a sua indignação com o que se estava a passar.
No segundo tempo a equipa do FC Porto apareceu mais compenetrada, mais lúcida e menos nervosa. Começou logo a criar jogadas de perigo junto da baliza contrária, mas a ineficácia no remate mantinha-se inalterável. Marega (47'), Felipe (59') e Soares (90'), dispuseram de oportunidades flagrantes de abrir o activo.
Quem acredita até ao fim acaba por ser premiado. Sérgio Conceição apostou na vitória e as substituições operadas acabaram por resultar. O golo de Hernâni no último momento do jogo foi trabalhado pelos três jogadores que saíram do banco. Marega cruzou da direita, a bola foi interceptada por Soares que tocou mais à esquerda para o remate de Adrián López. A bola esbarrou no corpo de Cardoso, ressaltando para Hernâni. O ala portista contrariou a teimosia do esférico «obrigando-o» a ir beijar as malhas e provocando o delírio nos mais de 5000 apoiantes portistas.
Nos festejos do golo Sérgio Conceição foi expulso (!!!) e o jogo terminou logo a seguir com vitória mais que justa do FC Porto que só peca por escassa, mas premeia a única equipa que se preocupou em jogar futebol limpo e leal.
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