segunda-feira, 9 de julho de 2012

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ESTRANGEIROS) - PARTE XXIII


Miklós Fehér - Internacional E23: Vestiu a camisola da Selecção nacional da Hungria por 25 vezes (11 pelo FC Porto, 2 pelo SC Salgueiros, 5 pelo SC Braga e 7 pelo SL Benfica). Estreou-se em 10 de Outubro de 1998, em Baku, num jogo a contar para a fase de qualificação do Euro/2000, entre o Azerbaijão e a Hungria, com vitória magiar por 4-0, sendo o último golo da sua autoria. Fehér haveria de marcar mais seis golos durante a sua carreira ao serviço da Selecção.

Natural de Tatabanya, cidade húngara situada a oeste de Budapeste, começou a sua carreira num clube da cidade de Gyor, o Gyori Eto FC, onde jogou três temporadas como sénior, com uma performance de 23 golos em 62 jogos.

Jogador de excelente condição física, possante, de atributos técnicos interessantes e engodo pela baliza, cedo foi referenciado pelo departamento de scout portista que reconheceram nele uma elevada margem de progressão.

Chegou às Antas no inicio da época 1998/99, com 19 anos de idade, tendo participado apenas em 9 jogos (5 para o Campeonato Nacional, 2 para a Taça de Portugal, 1 para a Supertaça C.O. e 1 para a Liga dos Campeões), tendo conseguido marcar 1 golo frente ao Famalicão, na 4ª eliminatória da Taça de Portugal. A sua estreia com a camisola do FC Porto aconteceu a 8 de Agosto de 1998, no jogo da 1ª mão da Supertaça C.O., no estádio das Antas, frente ao SC Braga, quando aos 73' entrou para substituir Capucho.

A forte concorrência de Mário Jardel limitou as oportunidades para Fehér demonstrar o seu talento, pelo que, os responsáveis portistas decidiram emprestá-lo para que pudesse jogar assiduamente. Deste modo, em Janeiro de 2000 passou a representar o modesto SC Salgueiros, onde conseguiu explanar os seus atributos, somando 5 golos em 14 jogos, contribuindo de forma crucial para a manutenção do clube de Paranhos na I Liga.

Na época seguinte (2000/01), ainda sem espaço no plantel portista, foi de novo emprestado, mas desta vez ao SC Braga. Sob a orientação técnica de Manuel Cajuda, Miklós Fehér revelou todo o seu potencial, conseguindo a sua melhor prestação em solo lusitano. O jovem avançado húngaro concretizou 14 golos em 26 jogos, cotando-se como uma das grandes revelações do Campeonato, ao ponto dos responsáveis do FC Porto acharem que estava na hora do seu regresso definitivo ao Clube.

Fehér juntou-se assim ao plantel azul e branco que arrancou a época de 2001/02, tendo-lhe sido então apresentada a proposta para renovação do contrato. O seu empresário, José Veiga, em rota de colisão com o Presidente Pinto da Costa, tinha porém novos planos para o jogador, rejeitando sistematicamente todas as versões que o FC Porto lhe dirigia. O atleta acabou por ser vítima deste autêntico «braço-de-ferro», acabando relegado para a equipa B do FC Porto, que disputava a II Divisão, até ao final do seu contrato.

Liberto de compromissos, Miki acabaria por rumar a Lisboa, obviamente para representar o Benfica, onde teve igualmente dificuldades para conquistar um lugar na equipa principal. Ainda assim, marcou 4 golos nos 17 jogos em que participou.

Na época seguinte (2003/04) voltou a não conseguir assumir lugar cativo na equipa e preparava-se para, no mercado de Inverno, fazer o resto da época com outro emblema. Marcou 3 golos nos 13 em que participou, participando no da fatídica noite de 25 de Janeiro de 2004, em Guimarães, contra o Vitória local. Por volta dos 30 minutos de jogo, Fehér, após a mostragem de um cartão amarelo, sorriu para o árbitro, inclinou-se subitamente para a frente, caindo inanimado no relvado, com perda de conhecimento e paragem cardio-respiratória. O jogador foi rapidamente assistido no relvado onde lhe foram efectuadas manobras básicas de reanimação, tendo de seguida sido conduzido ao hospital, enquanto o jogo era suspenso.

A trágica notícia confirmava-se ao final da noite. Miklós Fehér sucumbira a uma paragem cardíaca, deixando o mundo do futebol e os milhões de telespectadores que assistiam em directo à transmissão do jogo, em estupefacção.

(Continua)
Fontes: European Football National Teams Matches; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

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