No primeiro teste mais exigente desta pré-temporada, o FC Porto baqueou em todos os capítulos do jogo, acabando subjugado à melhor organização do futebol do Valência.
Vítor Pereira fez subir ao relvado do Mestalla, um onze constituído na sua maior parte com os elementos que têm começado os jogos anteriores. As diferenças foram o regresso à titularidade do guarda-redes Helton e a dupla de defesas laterais que desta vez ficaram a cargo de Miguel Lopes e Sereno.
Como já vem sendo hábito, os campeões nacionais começaram o treino, sem grande intensidade e muita desconcentração, que poderiam ter custado pelo menos dois golos, no primeiro quarto de hora. Maicon e Helton entregaram displicentemente o ouro ao bandido, mas, por sorte ou imperícia, os jogadores da casa desperdiçaram escandalosamente.
O futebol portista mostrava-se amorfo, sem ideias e sem dinâmica, perdendo qualquer eficácia na medida em que ficava sem a bola de forma constante, em passes transviados em número quase obsceno.
A defesa abria buracos e dava «abébias», o meio campo não construía e o ataque não existia. O Valência dominava, controlava e desperdiçava boas oportunidades de chegar à vantagem. Foi assim durante todo o jogo.
Apesar de tudo, foram os Dragões a abrir o marcador aos 57', na sequência de um canto marcado do lado esquerdo por Atsu, que a defesa «che» aliviou para a entrada da área, onde apareceu Lucho Gonzalez a rematar de primeira para o lado superior direito, batendo o indefeso guardião espanhol. Belo golo por sinal, mas completamente contra a corrente do jogo.
Mas com futebol tão inconsequente, a vantagem haveria de durar pouco e aos 63' o Valência chegaria, com toda a naturalidade ao empate, num cruzamento para a área portista onde Jonas saltou para cabecear com êxito perante a impassividade dos defesas azuis e brancos.
Vítor Pereira aproveitou a bola ao centro para operar a «catrefada» habitual de substituições e se o FC Porto já estava mal pior ficou.
O Valência passou a pressionar ainda mais, num assalto frenético à baliza portista que foi evitando o golo com alguma sorte à mistura. O ataque do FC Porto limitou-se a duas situações de maior perigo protagonizadas por Djalma e Kelvin.
O jogo terminaria com o empate muito lisonjeiro para as cores portistas, seguindo-se o desempate por grandes penalidades, mas também aí os jogadores portistas foram coerentes no seu desacerto: 4 penaltis apontados, nenhum concretizado! Fantástico! Kléber, Iturbe, Kélvin e João Moutinho foram os autores deste descalabro.
No final vitória mais que justa da turma da casa que levantou o troféu Naranja em disputa.
Este jogo poderá ter sido um treino muito proveitoso se a equipa souber reflectir sobre o que correu mal. Para mim foi preocupante assistir a tanto desacerto. Hoje a maioria dos atletas não passou de uma vulgaridade gritante que dá que pensar. Bastou defrontar um adversário de maior valor para se desmoronar toda a organização manifestada nos jogos anteriores.
Ficha do jogo
Valência 1 FC Porto 1 (2-0 nos penaltis)
Palco do Jogo: Estádio Mestalla - Valência - Espanha
Data e hora do jogo: 28 de Julho de 2012, às20:30 h
Árbitro: Mateo Valero
Valência: Diego Alves; João Pereira, Victor Ruiz, Ricardo Costa e Mathieu; Parejo, Tino Costa, Feghouli e Guardado; Soldado e Jonas.
Suplentes utilizados: Bernard, Pablo Hernandez, Vieira, Gago, Barragán e Paco Álcacer.
Treinador: Mauricio Pellegrino
FC Porto: Helton; Miguel Lopes (David Addy 65'), Maicon (Rolando 65'), Otamendi (Mangala 65') e Sereno (Iturbe 78'); Fernando (João Moutinho 63'), Defour (André Castro 65') e Lucho Gonzalez (Kelvin 65'); James Rodríguez (Djalma 65'), Jackson Martinez (Kléber 65') e Christian Atsu (Silvestre Varela 65').
Treinador: Vítor Pereira
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lucho Gonzalez (57') e Jonas (63')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Sereno (77')
Próximo jogo: FC Porto- Lyon, em 4 de Agosto, às 20:45 h, no Estádio do Dragão, em jogo de apresentação do plantel para a época 2012/13.
É dos vencedores que reza a história, bem se sabe. E naturalmente no F. C. Porto sempre se gostou mais de vencer, desportivamente. Embora, como diz o poeta que cantou melhor o significado do F. C. Porto, não haja derrotas quando é firme o passo… desde que quem represente o clube, acrescentamos, seja digno de tudo o que este nosso grande F. C. Porto consubstancia.
ResponderEliminarMemória Portista
http://memoriaporto.blogspot.pt/
Disse isto nalgum sítio mas já não sei onde:-A equipa inicia bem a pré temporada e depois vai-se apagando...Parece que os treinos são mais destreinos.
ResponderEliminarEnquanto estão a fazer os primeiros movimentos fazem-nos cheios de classe depois a classe vai desaparecendo, porquê?
Não sei.
Completamente de acordo com a crónica, amigo Rui.
ResponderEliminarGrande abraço.