segunda-feira, 31 de outubro de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 2000) PARTE X

Deco - 98º internacional: Vestiu a camisola com as cores nacionais portuguesas por 75 vezes (19 pelo FC Porto, 37 pelo FC Barcelona e 19 pelo Chelsea FC).

Brasileiro de nascença, Deco obteve dupla nacionalidade, depois de seis anos em Portugal ao serviço de vários clubes portugueses. Como nunca tinha jogado pela Selecção brasileira de futebol, cumpria assim todas as formalidades para se tornar num jogador seleccionável para representar Portugal.

Depois de alguma resistência e pressão de parte da Comunicação Social e de sectores da vida desportiva, entre os quais jogadores da Selecção nacional, Deco acabaria por ser convocado pela primeira vez, por Luiz Felipe Scolari, estreando-se na Selecção das Quinas, em 29 de Março de 2003, por coincidência , para um amigável jogado na cidade do Porto, frente ao Brasil. O luso-brasileiro correspondeu em pleno ao que dele se esperava, marcando inclusivamente o segundo golo, através de um livre directo que garantiu a vitória a Portugal por 2-1. Resultado tanto mais significativo  por se tratar da primeira vitória portuguesa frente ao Brasil, desde o Mundial de 1966. Desde então Deco tornou-se titular indiscutível da Selecção, estando presente em todas as fases finais  dos Mundiais e Europeus realizados até à data (Euro/2004 e 2008 e Mundial/2006 e 2010). Abdicou da selecção no final do Mundial/2010, disputado na África do Sul. Ao longo dos 75 jogos contribuiu com 4 golos da sua lavra.

De seu nome Anderson Luíz de Sousa, imortalizado para o futebol como Deco, nasceu em S. Bernardo do Campo, município brasileiro do estado de S. Paulo. Fez toda a sua formação em clubes do seu país natal, tendo passado pelo Guarani, Juventus da Mooca, Nacional da Barra Funda, Corinthias e Corinthias Alagoano. Aos vinte anos veio jogar para Portugal, contratado pelo Benfica, mas foi imediatamente emprestado ao Alverca, seu clube satélite, da II Divisão, onde o clube lisboeta colocava a rodar os jogadores mais jovens que não cabiam no plantel.

No Alverca começou a mostrar a qualidade do seu futebol. Ainda assim, no final da época 1997/98, o Benfica dispensou-o definitivamente. Deco foi sondado pelos responsáveis do FC Porto, assinou um compromisso temporário com o Salgueiros, clube portuense que militava no escalão principal e a meio da época transitou para as Antas, ainda a tempo de realizar seis jogos e sagrar-se Campeão nacional 1998/99, o inédito Penta.

Na temporada seguinte, 1999/2000 pode jogar com mais regularidade, contribuindo para a conquista da Taça de Portugal. Em 2000/01, Deco assumiu-se definitivamente como titular, tendo marcado seis golos e alinhado em quase todos os jogos da época. Conquistou novamente a Taça de Portugal.

Com a chegada de José Mourinho, Deco libertou toda a sua magia, tornando-se no ídolo da massa adepta portista que lhe dedicou um cântico emblemático: «Ele é o número dez / finta com os dois pés / é melhor que o Pelé / Ele é o Deco allez, allez».

Centro-campista de elevada craveira técnica, finta curta e em progressão, domínio perfeito de bola, qualidade de passe irrepreensível, excelentes assistências para golo, bom recuperador de bolas, exímio na marcação de livres, inteligente na desmarcação e procura de espaços, capacidade e espontaneidade no remate, belos golos, enfim, um verdadeiro fora-de-série, autêntico génio que jogava e fazia jogar, encantando as multidões.

Foi uma das forças motrizes da máquina portista, que cilindrou durante duas épocas o futebol nacional e internacional, com a conquista da Taça Uefa (2002/03), da Liga dos Campeões europeus (2003/04), do bicampeonato nacional (2002/03 e 2003/04), da Taça de Portugal (2002/03) e da Supertaça Cândido de Oliveira (2003/04).

As suas prestações, quer no FC Porto como na Selecção nacional, começaram a atrair a cobiça dos principais emblemas europeus, mas foi o FC Barcelona que venceu a corrida e contratou o jogador para a época de 2004/05. Depois de quatro temporadas em grande nível, com a conquista de vários títulos espanhóis a que somou nova Taça da Liga dos Campeões Europeus, Deco tranferiuse para o Chelsea, treinado pelo seu compatriota Scolari. Fez um bom início de temporada mas as lesões fizeram-no perder, a pouco e pouco, espaço na equipa e ao cabo da segunda época em Inglaterra decidiu voltar ao Brasil, para o Fluminense, clube que ainda representa.

Deco nunca deixou de se mostrar publicamente grato à cidade do Porto, às suas gentes que tão bem o acolheu e ao FC Porto, clube que o ajudou a crescer como atleta e como homem, projectando-o para as luzes do estrelato. Numa entrevista ao site «Mais futebol» confessou:

«Vou continuar portista para sempre. Foi um clube que aprendi a amar e onde aprendi muito. Deu-me tudo e o FC Porto fica comigo para sempre. Lembro-me da recepção que tive o ano passado quando fui lá jogar pelo Chelsea, com muita gente a cantar o meu nome. Foi dos momentos mais emocionantes da minha carreira».

Deco ficará para sempre como um dos mais admirados jogadores que passaram pelo FC Porto.

Palmarés, enquanto jogador do FC Porto: 3 Campeonatos nacionais (1998/99, 2002/03 e 2003/04), 3 Taças de Portugal (1999/00, 2000/01 e 2002/03), 2 Supertaças Cândido de Oliveira (2001/02 e 2003/04), 1 Taça Uefa (2002/03) e 1 Liga dos Campeões Europeus (2003/04). Dragão de Ouro 1999 para o Melhor Futebolista do Ano.

(Continua)
Fonte: International Matches 2003/10

1 comentário:

  1. ..."Deco ficará para sempre como um dos mais admirados jogadores que passaram
    pelo FC Porto."...



    100% de acordo

    Um abraço

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