quarta-feira, 17 de outubro de 2018

RANKING GOLEADORES PORTISTAS - Nº 257













HERÉDIA - Goleador Nº 257

Concretizou 3 golos em 7 participações oficiais, com a camisola do FC Porto, ao longo de cerca de meia temporada ao seu serviço (1972/73).

Juan Carlos Herrédia, nasceu no dia 1 de Maio de 1952, em Córdoba, Argentina. Começou a sua carreira de futebolista no clube da sua terra natal, o Belgrano e em 1972 passou para o Rosário Central, que nessa mesma época o vendeu ao Barcelona.

Chegado ao Camp Nou no Verão desse ano, para alinhar sob a orientação técnica do holandês Rinus Michels, viu a sua inscrição ser negada pela Federação Espanhola de Futebol. 

Foi treinando com o plantel, sem poder jogar até Janeiro, altura em que o FC Porto conseguiu o seu empréstimo por meio ano, graças ao conhecimento que o treinador portista Fernando Riera, que tinha orientado o Boca Juniors e o tinha defrontado pelo Rosário Central, possuía relativamente às suas potencialidades.

























A sua entrada na equipa não foi imediata porque teve dois episódios de saúde que o impediram. Uma forte gripe e uma intervenção cirúrgica ao apêndice, retardaram a sua utilização.

Como cabeça de cartaz, Herédia foi apresentado aos sócios portistas num jogo particular frente ao Manchester United (0-0), realizado no Estádio das Antas, no mês de Fevereiro, quando ainda procurava restabelecer-se fisicamente, deixando muito boa impressão, pela sua técnica e estampa física.

A sua estreia oficial aconteceu no dia 11 de Março de 1973, no Estádio Municipal de Guimarães, frente ao Vitória S.C., em jogo da 23ª jornada do Campeonato nacional, com empate a 1 golo. Herédia saiu do banco aos 60 minutos mas acabaria expulso pouco depois. Era um jogador possante, muito temperamental e ai de quem lhe tocasse nos seus cabelos longos. José Carlos, defesa dos vimaranenses, viu-se aflito para o travar e num movimento de recurso puxou-lhe pela farta cabeleira, recebendo de imediato um safanão, entendido pelo árbitro lisboeta Henrique Silva ser motivo para expulsar os dois atletas.

Herédia cumpriu o castigo no encontro seguinte, em 18 de Março de 1973, a contar para os 16 avos-de-final da Taça de Portugal, permitindo ser utilizado na jornada imediata do Campeonato Nacional, frente ao Benfica.

Nesse jogo, disputado no Estádio das Antas, no dia 1 de Abril de 1973, Herédia foi a estrela mais reluzente do firmamento azul e branco. Praticamente sozinho pôs em sentido a defensiva benfiquista, estreando-se a marcar aos 26 minutos, repondo a igualdade no resultado (1-1). Eusébio ainda adiantaria os lisboetas aos 57 minutos, mas Herédia, em mais uma das suas incursões exuberantes na grande área benfiquista, sofreu falta para penalty que Flávio concretizaria, fixando o resultado final num empate a dois golos.

Voltaria a marcar por mais duas vezes, a primeira das quais no dia 8 de Abril de 1973, no Estádio das Antas, frente ao Beira-Mar, em jogo dos oitavos-de-final da Taça de Portugal, com vitória portista, por 3-1. O avançado argentino abriu a contagem aos 3 minutos.

Finalmente, em 22 de Abril, ainda no Estádio das Antas, desta vez contra o Montijo, em jogo da 26ª jornada do Campeonato nacional. Herédia encerrou a contagem portista ao apontar, aos 69 minutos o seu último golo de Dragão ao peito, na vitória por 4-1.

Herédia acabou a época com um misto de emoções. As negativas por ter acabado com a equipa no 4º lugar e fora dos lugares de acesso às provas europeias. As positivas por se sentir adorado pela massa adepta portista que o tratava como um príncipe, o elogiava e acarinhava, reconhecendo nele a chancela do craque que realmente era e o levou a ser considerado na maior parte dos jogos, como o melhor em campo.

No final da temporada sentiu-se dividido entre o Porto e o Barcelona, mas o seu preço era demasiado alto para os cofres azuis e brancos, pelo que teve de voltar para Espanha.

Em baixo uma foto (sacada no blogue memória azul, a quem faço uma vénia) da maior parte dos atletas do plantel do FC Porto da temporada 1972/73, com a presença de Herédia:





























De novo em Barcelona, para finalmente fazer parte do plantel, pensava ele. Porém, a chegada de Crujff reduziu-lhe as hipóteses. 

Chegou a pensar em novo empréstimo ao FC Porto, mas o Barcelona tinha outros planos e emprestou-o ao Elche, um clube que lutava pela manutenção.

Só na temporada de 1974/75, Herédia viu finalmente o seu sonho concretizado. Com a aquisição da dupla nacionalidade o possante avançado pôde demonstrar todas as suas capacidades técnicas e físicas, durante 6 épocas a fio (1974/75 a 1979/80), tendo sido inclusivamente internacional pela Espanha por 3 vezes.

Em Fevereiro de 1980 regressou à Argentina, para representar o River Plate (1980 e 1981), passando ainda pelo Argentino Juniores (1981) e Talleres (1982).

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui MIguel Tovar e ZeroaZero.pt

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