domingo, 22 de maio de 2016

DRAGÃO SEM ASAS PARA ALTOS VOOS ENTREGA A TAÇA NUMA BANDEJA

















FICHA DO JOGO































Foi um Dragão sem asas, impreparado para altos voos, que se apresentou no Estádio do Jamor para discutir a derradeira oportunidade de alcançar um título nesta mal fadada época.

Mais uma derrota por culpas próprias que ilustra de resto o péssimo planeamento e as apostas erradas de quem teve a responsabilidade de decidir.

Depois da derrota contra o Tondela, em 4 de Abril, o Presidente Pinto da Costa reconheceu o fracasso da temporada, anunciando uma pré-época antecipada para aquilatar do carácter dos jogadores e preparar esta final.

O técnico José Peseiro, teve então quase todo o plantel à disposição, sem pressões, com mais tempo para consolidar os seus processos de jogo e a sua estratégia. Preferiu fazer experiências e gestão do plantel em vez de apostar num onze pré-definido no sentido de garantir coesão, estabilidade e mecanização.

Hoje voltou a mexer no onze titular, promovendo três alterações em relação ao jogo anterior no Bessa. Helton, Sérgio Oliveira e Brahimi voltaram aos eleitos, remetendo para o banco Casillas, André André e Jesús Corona.




















O FC Porto entrou bem no jogo, a pressionar e a empurrar o Braga para bem junto da sua área, durante os primeiros seis minutos, conquistando três cantos. No minuto seguinte a defensiva azul e branca deu mostras da sua habitual incompetência. Saída rápida da equipa minhota, conduzida por Rafa com intervenção faltosa de Chidozie a provocar livre. Josué marcou com pontapé cruzado para o segundo poste, surgindo completamente soltos de marcação Mauro e Hassan, com este último a cabecear deficientemente e a desperdiçar a primeira grande ocasião de golo. Imperdoável o «adormecimento», de Maxi de Chidozie e do próprio Helton.

A partir deste lance os minhotos começaram a trocar melhor a bola, a aprimorar as marcações e a dificultar as tentativas dos azuis e brancos, obrigando-os a recorrer a passes para os lados e para trás ou a passes longos geralmente mal dirigidos, tornando o jogo num espectáculo pobre, cinzento, sem ideias, muito mal jogado.

A ideia de jogo do Braga estava bem estudado e era nitidamente fechar lá atrás o seu bloco baixo, coeso e solidário e esperar pelas habituais «abébias defensivas» do seu adversário. Era só uma questão de tempo e o minuto doze confirmou isso mesmo. Do nada o Braga viu-se em vantagem no marcador. Bola recuperada no circulo central por Hassan, pontapé sem muita convicção para a frente a cair entre a linha de meio campo e a linha de grande área portista, Helton a sair ao seu encontro  com Marcano e Chidozie aparentemente com o controlo da situação, indecisão entre os três aproveitada por Rui Fonte que se limitou a tocar para a frente isolando-se para de seguida cabecear sem oposição para a baliza deserta. Erro tão ridículo quanto imperdoável, muito mais cometido a este nível. Inexplicável a abordagem dos experientes Helton e Marcano já que a de Chidozie a atribuo, sem desculpar, à sua juventude e inexperiência.

Os Dragões sentiram o rude golpe perdendo ainda mais consistência enquanto os minhotos se limitavam a controlar lá atrás, sem grandes dificuldades ou aflições. No final da primeira parte os azuis e brancos não tinham construído qualquer jogada de perigo e cometido duas asneiras grosseiras das quais uma resultou no golo sofrido.

A equipa regressou para o segundo tempo com uma alteração. Chidozie foi para o banco dos suplentes e Rúben Neves foi chamado para ocupar o lugar de Danilo, recuando este para central.

Os azuis e brancos apareceram transfigurados, bem mais agressivos e determinados, mas ainda assim sem grande inspiração. Aos 57 minutos Herrera desperdiçou a melhor ocasião de golo. Canto do lado direito do ataque portista cobrado por Sérgio Oliveira, a bola cruzou em arco a pequena área, indo ao encontro do mexicano que dominou com a coxa e rematou de pronto, fazendo a bola sair a rasar o poste, com Marafona pregado ao solo, completamente batido.

O guardião bracarense bateu o respectivo pontapé de baliza, a bola caiu na cabeça de Herrera indo na direcção de Marcano que recolheu e atrasou para Helton. Acossado por um adversário, devolveu ao defesa espanhol que quando sentiu Josué nas suas costas, assustou-se, não dominou a bola e deixou-se desarmar, oferecendo de bandeja a oportunidade que o arsenalista não enjeitou, fazendo o 0-2 com a maior frieza do mundo.

Terceira falha defensiva grosseira, dois golos sofridos. Esta a crueldade dos números determinados sobretudo pela diferença de competência defensiva. O FC Porto era a equipa que mais fazia para ganhar o jogo, mas também a que mais erros cometia.

Parecia tudo perdido, mas os Dragões empertigaram-se e foram à procura de minimizar o prejuízo. Voltaram a carregar no ataque. O Braga cada vez mais confiante e mais fechado socorria-se do anti-jogo, simulando lesões para parar o assalto portista à sua área, até que, aos 61 minutos, Varela foi à linha cruzar, Brahimi recolheu e rematou de pronto, Marafona deu uma sapatada para evitar o golo, a bola sobrou para André Silva que à vontade empurrou para a baliza, reduzindo para 1-2 relançando o jogo.





















A partir de então a equipa portista sentiu que podia virar o resultado e intensificou mais o ataque, com mais confiança e convicção. Peseiro tirou Sérgio Oliveira e Varela, metendo André André e Aboubakar. 

As acções ofensivas bracarenses eram cada vez mais escassas, mas mesmo assim, aos 68 minutos, em novo atraso de bola, agora efectuado por Danilo Pereira, Helton falhou a recepção, trocou os pés e perante a pressão de um adversário, driblou-o salvando-se «in extremis» de mais uma situação embaraçosa.

O FC Porto entrou então no seu melhor período do jogo, praticando um futebol rápido, acutilante, ameaçador e coerente, «fabricando» jogadas de muito perigo. 

Em cima dos 90 minutos, canto marcado por Layún já com Helton na área adversária a disputar de cabeça o lance, a bola sobrou para a meia lua onde estava Brahimi, remate desviado para a direita do ataque azul e branco, Herrera a recolher e a cruzar em esforço para o coração da pequena área e aí, o «menino», de costas para a baliza, elevou-se acrobaticamente no ar e aplicou o chamado pontapé de bicicleta, marcando um golo espectacular,saudado entusiasticamente pelas hostes portista, perante o desespero dos restantes. 









































Estava finalmente reposta alguma justiça no marcador. O Dragão ressuscitava depois de cometer suicídio em dose dupla. 

Os minutos que se seguiram até ao final do tempo dos descontos concedidos pelo árbitro da partida (5 minutos), foram jogados com muitas cautelas por ambas as equipas, preferindo levar o jogo para prolongamento.

Nesse período de meia hora as equipas acusaram algum desgaste, mais o Braga que o Porto, daí o maior domínio  ter pertencido aos portistas, mas o resultado não se alterou, forçando a decisão final para a marca dos onze metros.

Aí os jogadores do Braga mostraram-se bem mais competentes, concretizando as 4 grandes penalidades enquanto do lado do FC Porto, Herrera e Maxi Pereira permitiram a defesa de Marafona.

Os Dragões saíram derrotados em todas as frentes numa época para reflectir no sentido de arrepiar caminho. Muita coisa vai ter de mudar.

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