PARTE I
Mantendo a tradição neste espaço portista, vamos passar em resumo a temporada futebolista que terminou e cujos objectivos não foram cumpridos, ficando muito longe dos pergaminhos que a grandeza do Clube exige.
Depois do fiasco das duas temporadas anteriores, Pinto da Costa decidiu manter no comando técnico o treinador basco Julen Lopetegui que parecia muito mais confiante e ambientado ao futebol português.
Como de costume, o plantel teve de ser reconstituído, face à saída de alguns dos jogadores mais influentes na manobra da equipa, mas também em função das exigências e escolhas da equipa técnica, que achou por bem dispensar um lote apreciável de atletas em quem não depositava a sua plena confiança.
Oliver Torres e Campaña regressaram aos seus clubes após o empréstimo, ainda que em relação ao primeiro o FC Porto tenha envidado esforços para o manter; Casemiro foi readquirido pelo Real Madrid, depois da activação da clausula de opção de compra exercida em devido tempo pelos Dragões, deixando nos cofres portistas alguns milhões de euros; Danilo, Alex Sandro e Jackson Martinez foram negociados por bons valores e todos os restantes descartados pelo técnico espanhol, com Ricardo Quaresma à cabeça, o único desses que abalou definitivamente, regressando ao Besiktas, onde voltou a ser feliz.
Doze, foi o número de atletas que compuseram o ramalhete dos reforços, alguns deles caras já conhecidas no Dragão e outros, autênticas surpresas:
As expectativas eram mais que muitas e a confiança geral dos associados e simpatizantes foi crescendo à medida que o início das competições se aproximava. O Estádio do Dragão voltou a ser palco de assistências interessantes e tudo parecia encaminhado para um regresso às grandes conquistas.
O primeiro jogo do campeonato mostrou uma equipa motivada e competente, suficientemente capaz de lutar pelo título, ideia que foi completamente arrasada na jornada seguinte na deslocação à Madeira frente ao Marítimo com um empate desolador. Os jogos que se seguiram também não foram muito prometedores. Aboubakar e André André em bom plano iam disfarçando alguma inconsistência do futebol portista, confirmada com o segundo empate da época, em Moreira de Cónegos, após seis jogos disputados.
Era evidente a menor confiança dos atletas, a perder muitos passes, a falhar muitas ocasiões de golo e a dar «abébias» na defesa. O jogo em Tondela para a 11ª jornada foi talvez a melhor ilustração desta realidade. Exibição deplorável apesar da vitória por 1-0 e com Casillas a defender uma grande penalidade quase no final da partida. Aliás, assistir aos jogos do FC Porto foi-se tornando em espectáculos de elevado desgaste emocional, verdadeiros testes à boa funcionalidade dos corações azuis e brancos.
Apesar disto tudo, em 20 de Dezembro de 2015, a vitória no Dragão frente à Académica, por 3-1, finalmente com uma exibição de luxo, fez a equipa saltar para o primeiro lugar isolada, à 14ª jornada, abrindo uma janela de esperança para o resto da temporada. Porém, a derrota em Alvalade, seguida de mais um empate no Dragão, frente ao Rio Ave, provocaram o descontentamento geral, precipitando o despedimento de Lopetegui e a desorientação que se lhe seguiu.
Entretanto, o mercado de Inverno gerou mais algumas mudanças no plantel:
Rui Barros assumiu a orientação técnica interina começando por vencer no Bessa com uma goleada de 5-0, mas logo a seguir tropeçou em Guimarães, com uma derrota e exibição francamente inqualificáveis.
Era necessário escolher um treinador capaz de segurar o leme e conduzir a nau em mares navegáveis e seguros. Pinto da Costa demorou a decidir-se escolhendo um treinador conhecido pela sua capacidade de «perder», José Peseiro!
O técnico ribatejano estreou-se com uma vitória sobre o Marítimo, na 19ª jornada, mas nunca foi capaz de reverter a tendência da caminhada rumo ao abismo. Até final averbou mais cinco derrotas para o campeonato, cavando um fosso de 15 pontos para o primeiro lugar.
(Continua)
seguida de mais um empate em Vila do Conde. Não foi em Vila do Conde foi no Dragão.
ResponderEliminarObrigado pela observação, já corrigi.
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