domingo, 19 de agosto de 2012

AUTOCARRO DE DOIS PISOS TRAVA CAMPEÃO

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)

A estreia do campeão nacional, na Liga Zon Sagres traduziu-se pela incapacidade absoluta para ultrapassar o autocarro de dois pisos, que constituiu a humilde formação do Gil Vicente, esta época uns furos abaixo, em termos de qualidade.

Ciente dessa realidade, Paulo Alves pediu aos seus pupilos para resguardarem com unhas e dentes, por sinal mais unhas que dentes, porque realmente só lhes faltou mesmo ferrarem. Os minhotos interpretaram com raça e solidariedade o que o seu treinador lhes determinou frente a uma equipa valiosa, com outros argumentos, mas muito macia, lenta e aparentemente pouco ambiciosa.

Na primeira parte os Dragões adormeceram numa toada de treino, num futebol calmo, previsível e fácil de anular. Foi gritante a incapacidade de criar lances de ruptura e de penetração, tornando inócua a enorme vantagem de posse de bola. No meio campo, Fernando foi pouco mais que figura morta, Moutinho sem inspiração e Lucho ligeiramente mias empreendedor. Na frente Hulk não conseguiu ser o desequilibrador habitual, perdendo muitos lances no 1 para 1, James Rodríguez esteve muito apagado e complicado , enquanto Jackson Martinez, muito mal servido, raras vezes se libertou das marcações a que esteve sujeito.

O FC Porto raras vezes conseguiu rematar com intencionalidade e perigo. Lucho Gonzalez,  com três remates (dois de fora da área, 18' e 38', e outro dentro dela, 36', mas em fora de jogo; Hulk com dois, o primeiro forte mas «à figura», 39' e o segundo a sair perto do poste; e Jackson Martinez, 23', num remate de bicicleta para fora, criaram os lances que mais parecido com o perigo aconteceram na primeira parte.

Esperava-se uma atitude diferente dos azuis e brancos para alterarem o rumo dos acontecimentos. O Gil Vicente limitara-se a defender perto da sua área e a dificultar a manobra ofensiva portista, de forma simples e eficaz, face às facilidades concedidas pelos azuis e brancos.

Efectivamente o  campeão nacional entrou melhor, mas as dificuldades foram aumentando à medida que o relógio ia avançando. Sem soluções para acertar com as redes gilistas, Vítor Pereira dispensou o trinco Fernando e lançou no jogo Alex Sandro, Kléber e mais tarde Atsu. A juntar ao autocarro, o reportório minhoto  enriqueceu-se entretanto de simulações de lesões e anti-jogo.

A bola rondou com mais perigo a baliza de Adriano. Hulk e Jackson estiveram perto do golo, num futebol caracterizado pelo desespero e com pouca lucidez.

No final, um resultado muito positivo para o Gil Vicente que castiga a inépcia inicial do FC Porto bem como a sua incapacidade de marcar golos. Dois pontos perdidos claramente, para os campeões nacionais!

Não vou fazer destaques por entender que não houve nenhum jogador que o tenha merecido. Todos eles foram de uma vulgaridade gritante, uns mais que outros, é certo.


3 comentários:

  1. Plenamente de acordo, caro Amigo.
    Se o FC Porto com este plantel não consegue ganhar a uma equipa como a do Gil, ai Jesus… perdão, ai… ai… ai…

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  2. foi o primeiro teste da época. se comparado com a transacta, já conquistamos um ponto.
    (é a visão positiva da coisa, a perspectiva pelo copo meio-cheio).

    foi uma partida onde o futebol praticado ficou muito aquém do rápido, intenso, pressionante, com a equipa a só pressionar na parte final, e mais com o coração que com a cabeça. ou seja, um filme muito visto na época transacta...
    (é a visão negativa da coisa, a perspectiva pelo copo meio-vazio).

    e, se nada está perdido, é certo!, não deixa de ser igualmente verdade que convém encontrar o rumo da vitória já no próximo encontro, em nossa casa e frente ao Vitória de Guimarães (que empatou o Sporting na possibilidade de liderar o campeonato - um feito que já não consegue desde 17 de Agosto de 2007).

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
    Miguel | Tomo II

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  3. Nada de desculpas, mesmo com erros do árbitro, campo de relva alta, anti-jogo, temos obrigação de ganhar. Agora para ganhar todos têm de dar o litro, todos têm de querer e desde o início, não é na parte final fazer o que devia ser feito logo a partir do 1º minuto.

    Não é um drama empatar, se todos tirarem as devidas ilações de que aquela atitude não se pode repetir e se se repetir, convém a quem dirige, no caso o treinador, não ficar muito tempo à espera, agir, agitar, mudar. Não se pode ver a equipa a jogar devagar, devagarinho e a passo, ter muita bola, mas para trás e para o lado e não fazer nada.

    Abraço

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