domingo, 2 de janeiro de 2011

36 JOGOS DEPOIS... A DERROTA!

FICHA DO JOGO
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O FC Porto, tem boas razões para não gostar da Taça da Liga! É nesta competição que os Dragões averbam as derrotas mais estapafúrdias e irracionais da sua história. 

36 jogos depois, eis o sabor amargo da derrota (a última remontava a 21 de Março de 2010, precisamente a final desta competição!).

Não foi faltas de atitude nem vontade de vencer. Pior! Foi falta de capacidade para ultrapassar a bem montada organização defensiva do Nacional à mistura com momentos de ligeireza dos defensores portistas, onde não faltou uma soberba «robertada» de Kieszek, a entregar o ouro ao bandido, mas também alguma desorientação da equipa técnica, chefiada por André Villas-Boas, que fez duas substituições perfeitamente desastrosas, principalmente quando decidiu tirar do jogo o mais esclarecido, o mais empreendedor, o mais pujante e o mais inteligente homem em campo. Refiro-me evidentemente a Guarín.

Creio não ter ficado dúvidas para ninguém as evidentes  incapacidades, já notadas em jogos anteriores mas que os resultados vinham disfarçando. Confesso a minha esperança que a paragem de Natal funcionasse como um bálsamo para a maioria dos atletas, mas esta exibição (mais que o resultado) abalou a minha confiança.

Frente a uma equipa bem arrumada, os Dragões passaram toda a primeira parte, em vão, a tentar fazer um passe de ruptura que originasse alguma jogada de perigo. Tentaram a «tabelinha», os passes em profundidade, os remates de meia distância, mas sempre de forma denunciada, sem velocidade, sem direcção e sem eficácia.  Moutinho esteve pouco activo, Hulk muito individualista e improfícuo, Walter lento e pouco eficaz e James muito resguardado.

Já no segundo tempo, o FC Porto entrou mais incisivo, a prometer melhorar a sua prestação. Hulk, aos 47', obrigou Bracalli a defesa complicada  e aos 56' James Rodríguez desperdiçou a melhor ocasião dos Dragões, em toda a partida. Seis minutos depois veio o castigo máximo que Hulk concretizou. Parecia que depois de chegar à vantagem o FC Porto partiria então para uma melhoria exibicional. Pelo contrário, os jogadores portistas sentiram-se confortáveis com a magra vantagem, tentando controlar o jogo, fazendo correr o tempo, sem grandes ameaças.

Porém, numa jogada surrealista, os azuis e brancos decidiram brincar com a bola junto da sua área. A bola foi reposta por  Kieszek, com as mãos para junto da linha de cabeceira, Sapunaru primeiro e Rolando depois, acabaram por ter que disputa-la, em aperto, até a perderem. O jogador do Nacional cruzou e Kieszek, senhor do lance, largou a bola, e Anselmo limitou-se a empurrar para as redes. Balde de água fria.

Para piorar o cenário,  mestre André tirou do jogo Guarín, para meter Ukra (!!!), já tinha tirado Rúben (a subir de rendimento) para meter o apagado Belluschi e logo a seguir a defesa portista voltou a dar novo brinde. Cruzamento da esquerda, Sereno deixou-se antecipar e o mesmo Anselmo não se fez rogado. Estava consumada a reviravolta.

O resultado poderia tomar foros de escândalo, não fora Olegário ter perdoado um penalty cometido por Sereno.

Enfim, derrota que castiga a má performance de quase todos os jogadores portistas, com excepção de Guarín (que bela partida) e Rúben Micael, este melhor na primeira que na segunda parte.

Kieszek foi mal batido em ambos os golos (o primeiro um «perú de Natal», o segundo a bola foi cabeceada na  área da sua jurisdição); Sereno e Emídio Rafael, muito irregulares (não parecem ser jogadores fadados para tão altos voos); Moutinho, Hulk, Walter e James, estiveram a léguas do que se lhes exige.

Que esta derrota sirva para que as «vedetas» desçam das nuvens, voltem à terra e enfrentem os restantes desafios com a qualidade e ambição que sabemos que possuem. 

3 comentários:

  1. Ao fim de trinta e tantos jogos sem conhecer o travo amargo da derrota, o F.C.Porto perdeu. Perdeu novamente para a Taça da Liga, - parece que esta Taça não está talhada para o melhor clube português...-, mas e é preciso dizê-lo, nem de perto nem de longe, merecia perder. Sem ser exuberante, melhor na segunda que na primeira-parte, o conjunto de André Villas-Boas dominou totalmente o jogo; teve dez cantos a favor e nenhum contra; nunca esteve em riscos de sofrer um golo; e fez mais que o suficiente para ganhar. Mas como no futebol não há vencedores morais, nem nós queremos arranjar desculpas, temos de dizer que quem não é eficaz no ataque e dá aquelas abébias na defesa, uma autêntica consoada de Natal, antes dos Reis, sujeita-se a ter dissabores.



    Foi isso que aconteceu esta noite no Dragão, que teve uma moldura humana, cerca de trinta mil espectadores, digna de registo.
    Não adianta lamentarmo-nos, nem ficar a chorar sobre o leite derramado. É hora de reflectir sobre os erros de hoje, tirar as ilações necessárias, olhar em frente e partir para uma nova série de vitórias. Agora, sem a fobia de recordes para a frente e para trás, concentremo-nos no próximo jogo e nesse não pode haver lugar a desconcentrações, experiências, facilitismos.
    Vamos a isso pessoal, transformemos este passo atrás em muitos passos à frente.

    Sobre os jogadores, não vou fazer grande comentários, nem vou crucificar Kieszek, que cometeu um erro e pagou caro, mas não posso deixar de colocar a seguinte questão: faz sentido não apostar num jovem da formação, para ter alguém como Sereno, que comete tantos e tantos erros e em todos os jogos que é utilizado?
    Ah, se houve jogadores que não mereciam ter perdido, esses jogadores foram J.Moutinho e F.Guarín, que jogaram muito!

    Ainda outro ah, com Álvaro Pereira operado e sem tempo previsto para voltar, temos que ir ao mercado... Esta notícia custou-me mais que a derrota no jogo de hoje.

    Um abraço

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  2. Bom dia,

    Ontem entramos apáticos no jogo, muito lentos, um meio-campo pouco dinâmico, com Ruben e João Moutinho uns furos abaixo do que é habitual. Também temos de dar mérito ao Nacional que entrou bem organizado defensivamente e segurou o empate na 1ª. parte. Nós na primeira parte, vivemos das tentativas frustradas de Hulk, de Walter e James a espaços e das investidas de Guarin, que foi o melhor em campo. Guarin foi até ser substituído o elemento mais empreendedor no meio-campo.
    Na segunda parte entramos melhor, com mais raça e rapidez de circulação e conseguimos com naturalidade o golo, através de penalti. E parecia que o jogo estava ganho...
    Mas o Nacional e bem, veio para a frente à procura do empate, e não obstante o erro do Pawel, cometemos muitos erros defensivos. Já antes Orlando Sá não tinha emendado um cruzamento para golo por um triz.
    Assim o Nacional chega ao empate, e marca o golo que faz a reviravolta.
    Acho que o FC Porto, tendo em conta a valia do adversário, arriscou demais, ao colocar na defesa ao colocar Sereno e Pawel que têm muitos poucos minutos de jogo.
    Seria prudente ter jogado Helton e Maicon ou Otamendi.

    Será muito difícil agora a qualificação para as semi-finais, nem que vençamos os 2 jogos. Dependeremos sempre de terceiros.

    Abraço

    Paulo

    http://pronunciadodragao.blogspot.com/

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  3. Mesmo jogando condicionado, o Futebol Clube do Porto, fez tudo por ganhar o jogo e isso foi positivo.
    É mais ou menos consensual aproveitar esta Taça para dar tempo de jogo a alguns jogadores e Villas-Boas fez isso e, a meu ver, bem. Muito terá aproveitado do que viu.

    Vamos, agora, preparar novo recorde para superar o que acabou.

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