FICHA DO JOGO
SISTEMA TÁCTICO
O FC Porto registou o 4º empate consecutivo, desta feita no derby portuense, frente ao Boavista, num jogo em que os Dragões dormiram profundamente durante toda a primeira parte, saindo para o intervalo com a desvantagem de dois lisonjeiros golos.
O técnico portista não pôde contar com a dupla colombiana, Matheus Uribe e Luis Díaz, a cumprirem castigo, introduzindo uma terceira alteração, por opção técnica, Diogo Leite em vez de Mbemba. Para além do jovem central, reapareceu Jesús Corona e João Mário estreou-se a titular.
Para continuar a manter a ténue esperança de discutir o título, era imperativo não perder mais pontos e entrar no jogo com essa convicção bem enraizada, procurando o golo com lucidez e competência, não dando margem ao seu adversário para crescer.
Surpreendentemente, a equipa azul e branca entrou apática, perdida, desorganizada e sobretudo demasiado permeável no seu último reduto, frente a uma equipa que procura desesperadamente por pontos para sair da zona incómoda em que se encontra.
O esquema apresentado pelos axadrezados até nem era nada desconhecido, tendo em conta que a maioria das equipas que se confrontam com o FC Porto o utilizam, ou seja, o famoso ultra defensivo, apoiado em 5 defesas (3 centrais + 2 laterais), apoiados por 3 médios muito recuados e dois avançados a explorar as perdas de bola para lançar o contra ataque.
Desta vez, os campeões nacionais, durante a primeira parte sentiram-se imensamente desconfortáveis com este esquema. A equipa simplesmente não funcionou. Defesa permeável, meio campo desnorteado e ataque sem produção. Equipa amorfa, sem reação à perda da bola, sem inspiração e a acumular erros imperdoáveis. Os dois golos com que foi para o intervalo não traduz a incapacidade que a equipa patenteou nesse período. Em 4 boas ocasiões para marcar o Boavista fez dois golos, ainda que o primeiro tenha nascido de um pontapé de canto inexistente. Não percebo como neste caso o VAR não tenha podido intervir.
No segundo tempo Sérgio Conceição deixou de fora Diogo Leite, Fábio Vieira e João Mário , introduzindo Zaidu, Grujic e Otávio e a melhoria foi evidente.
O FC Porto passou então a ser uma equipa e a produzir o futebol que está ao seu alcance. A defesa estabilizou, a linha média começou a produzir e os atacantes a criar as oportunidades e a marcar.
Conseguiram reduzir aos 54 minutos por Taremi, abrindo as expectativas da remontada. Marega foi substituído por Evanilson (70') e Manafá deu o lugar ao jovem Francisco Conceição (76') e este sim veio revolucionar o jogo, começando a criar jogadas de muito perigo.
À passagem do minuto 81 Evanilson foi travado em falta dentro da área e Sérgio Conceição aproveitou para apontar o 2º golo portista (82').
O jovem Conceição ainda fabricou a segunda grande penalidade aos 85', mas Sérgio Oliveira falhou a possibilidade da reviravolta no marcador. A bola foi embater caprichosamente no poste com o guarda-redes a lançar-se para o lado contrário.
O terceiro golo chegou mesmo a acontecer aos 88 minutos, numa bela jogada de Francisco Conceição a que Evanilson deu seguimento. Depois de emocionante festejo o golo foi anulado, com recurso ao monitor, após aviso do VAR, porque a bola ressaltou inadvertidamente na mão do brasileiro.
Empate que penaliza uma primeira parte desoladora e (espera-se) irrepetível, a deixar a luta pelo título como apenas uma miragem.
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