terça-feira, 24 de novembro de 2015

PRIMEIRA DERROTA DA ÉPOCA COMPLICA CONTAS DO APURAMENTO















FICHA DO JOGO




























O futebol tem destas coisas, apenas um mau resultado fez esboroar-se a vantagem pontual conseguida nas 4 jornadas anteriores, transformando-a numa mera possibilidade aritmética, pouco provável em termos teóricos e quase inviável em termos práticos, isto se considerarmos que a decisão final terá lugar em Stamford Bridge, frente ao poderoso Chelsea, de José Mourinho, que parece ter encontrado o caminho das vitórias, estádio onde o FC Porto conta por derrotas os três jogos lá realizados (3-1 em 29 de Setembro de 2004, 2-1 em 6 de Março de 2007 e 1-0 em 15 de Setembro de 2009.

A necessitar apenas de um empate para garantir o apuramento para a fase seguinte, Julen Lopetegui fez regressar ao onze principal a maior parte dos internacionais, poupados no jogo da Taça de Portugal, com a excepção surpreendente de André André, que ficou no banco dos suplentes.
























O jogo antevia-se complicado mas perfeitamente ao alcance desta equipa do FC Porto que no seu Estádio e perante o seu público costuma agigantar-se mesmo perante equipas de maior envergadura, que saíram vergadas a derrotas, algumas bem humilhantes.

Porém, a noite de hoje, não foi de feição. Tudo correu mal, mesmo tudo, desde a ausência de criatividade e inspiração (atletas e treinador), passando pela falta de sorte em alguns lances (duas bolas nos ferros) e terminando na dualidade de critérios do árbitro espanhol, no julgamento de dois lances de grande penalidade, um em cada uma das áreas.

Apesar disso e em abono da verdade, devo confessar que outro resultado que não a derrota dos Dragões, seria demasiado benevolente para a paupérrima exibição, durante quase todo o tempo do jogo, exceptuando os 19 minutos, logo após o intervalo, em que a equipa mostrou algum querer e algum arreganho para contrariar o maior ascendente dos ucranianos. Foi nesse período que a sorte virou as costas aos azuis e brancos, com a bola a esbarrar nos ferros por duas vezes, em vez de beijar as malhas.

Desde o apito inicial do árbitro da partida que ficou evidente o apagão nas capacidades dos jogadores azuis e brancos, primeiro em termos ofensivos, incapazes de ultrapassar a boa organização do adversário, sempre muito bem colocados, anulando com facilidade todas as tentativas portistas, diga-se sempre muito previsíveis. Como se isso não bastasse, a pouco e pouco a equipa do Dínamo começou a ganhar o meio-campo e a aparecer com alguma facilidade em zonas de finalização. Derlis González, Júnior Moraes, Garmash e Yarmolenko, levaram o terror à área portista. Por duas vezes Casillas evitou o golo com outras tantas defesas espectaculares e a oportunidade mais flagrante, foi salva, no primeiro momento pelo poste da sua baliza e no segundo, pela má abordagem do avançado contrário, que com a baliza escancarada fez a recarga para fora.

Julen Lopetegui esbracejou muito mas, perante tal cenário, deixou tudo na mesma e o inevitável acabou por acontecer, num lance perfeitamente evitável, em que Imbula, muito displicentemente derrubou o seu adversário, no limite da grande área, provocando uma grande penalidade num lance aparentemente fácil de anular e sem perigo eminente.

A perder e ainda com dez minutos para jogar até ao intervalo, o FC Porto não foi capaz de encontrar soluções para mudar o rumo dos acontecimentos. Falta de espaço e ausência de inspiração foram os principais factores que influenciaram a má exibição portista.

Para o segundo tempo o treinador azul e branco arriscou uma substituição que fez mexer com a estrutura da equipa de uma forma pouco usual  e diria eu, pouco prudente. Tirou Maxi Pereira, provocando um conjunto de deslocações de lugar. Miguel Layún foi para a direita, Martisn Indi para a esquerda e Danilo Pereira para central. Assim só duma penada, mexeu em 4 posições!

A entrada de André André para o meio-campo era mais que necessária. O médio português é hoje em dia um elemento imprescindível nesta equipa, como mais uma vez demonstrou, não havendo qualquer teoria que suporte a sua presença no banco durante toda a primeira parte. André veio dar à equipa o que ela estava necessitando: raça, querer, força, ambição e capacidade para jogar perto e dentro da área adversária. Foi ele o responsável pelos duas bolas nos ferros e foi também ele o protagonista no lance mal ajuizado na área dos ucranianos.

Foi no tal período dos 19 minutos em que o FC Porto mais se aproximou daquilo a que nos tem habituado. Porém, mais uma falha inconcebível, acabaria por deitar por terra qualquer tentativa de recuperação. Brahimi em terrenos que deveriam ser de Danilo (o homem não pode estar em dois lados em simultâneo), perdeu infantilmente a bola, provocando um contra-ataque demolidor que só acabou no fundo das redes, com a colaboração do categorizado Iker Casillas que como ficou provado, também não está imune aos «frangos».

Julen Lopetegui ainda lançou no jogo Pablo Osvaldo e Jesus Corona, para os lugares de Brahimi e Tello, mas nenhum dos dois veio acrescentar algo de positivo à má exibição portista.

Rude golpe para as pretensões portistas e quiçá rombo inesperado no orçamento que forçará os responsáveis a ter de juntar mais uma das suas pérolas, nas habituais vendas obrigatórias para equilibrar as contas. A ver vamos.

Pese embora a má prestação portista, quero fazer justiça ao bom momento do médio português André André, que foi de longe, o único que não merecia perder este jogo. A minha homenagem.



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