FICHA DO JOGO
Acabar o campeonato nacional com dignidade, profissionalismo e vontade de evidenciar a imagem de um campeão que apenas não o foi por ausência de verdade desportiva, ilustrada profusamente com o andor ao serviço do clube do regime, era o mínimo que os portistas poderiam exigir à sua equipa mais representativa.
Apesar das promessas de luta até ao último fôlego, o que se viu hoje no Bonfim foi completamente diferente e para pior. Futebol de terceira, cinzento, sem chama, sem raça, sem inspiração e sem ambição, imagem de uma equipa sem objectivos e por isso com pouca confiança e nenhuma crença, absolutamente rendida e conformada à sua sina.
Julen Lopetegui, sem poder contar com Danilo, optou por fazer regressar ao onze principal os habituais titulares (Herrera e Quaresma), mais Ricardo como defesa direito.
Cedo se percebeu que caberia ao FC Porto as despesas do jogo, sem grande réplica, mas como vem sendo recorrente, a equipa desenvolveu um jogo de posse e circulação, completamente inconsequentes, privilegiando o passe para trás e para os lados, longe da baliza contrária, local onde se concretizam os golos. Alguém tem de avisar que os campeonatos se ganham com golos e não com grandes percentagens de posse de bola.
Assim, o primeiro remate à baliza sadina (aos 15 minutos!) coincidiu com o primeiro golo da partida, o que diz bem da inoperância atacante portista. Jogada corrida em direcção à área (finalmente), boa combinação entre Jackson e Ricardo, com o defesa a cruzar e o colombiano a falhar a intercepção, sobrando a bola mais à esquerda onde Brahimi, com grande presença de espírito, aplicou um remate em jeito, inaugurando o marcador.
Bom tónico para que o futebol portista melhorasse de qualidade, mas mal aproveitado porque os jogadores azuis e brancos teimavam em complicar. Pouca progressão, passes mal medidos, opções de passe para trás, perdas de bola irritantes, enfim um futebol de fim de estação.
A este desconcerto escaparam, na primeira parte, para além do golo, um remate de trivela de Quaresma (um minuto depois) e um remate cruzado de Ricardo, já muito perto do intervalo.
Apesar do mau futebol praticado, a vitória portista justificava-se por ter sido a única equipa a criar algum perigo.
Esperava-se que no regresso das cabines, os jogadores portistas encarassem a partida de forma mais esclarecida, mas o que se viu foi um Vitória mais afoito, a aproveitar alguma desorganização e displicência do seu adversário.
O FC Porto continuava a preferir jogar longe da área adversária, num futebol de contenção, posse e circulação, cada vez menos ofensivo e mais inconsequente.
Os sadinos cresceram e Helton teve de se aplicar para evitar o empate, por volta dos 75 minutos, já Quaresma tinha dado o seu lugar a Evandro, numa tentativa de povoar mais o meio campo.
Se a qualidade do futebol da primeira parte já foi manifestamente medíocre, o do tempo suplementar foi ainda pior, assemelhando-se a um jogo entre «marretas» que mal sabem dar um pontapé. Salvou-se o lance do segundo golo, obtido já em tempo de compensação, por Jackson Martinez. Recuperação da bola a meio campo, bola nos pés de Herrera, passe a rasgar, com classe para o colombiano, recepção perfeita, protecção da bola a condizer e remate à matador, provocando uma reacção de alívio.
Resultado bom numa exibição a não repetir, num jogo em que o aspecto mais negativo foi a lesão de Ivan Marcano, que o afastou do encontro, aos 25 minutos, sendo rendido por Martins Indi.
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