segunda-feira, 30 de julho de 2012

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ESTRANGEIROS) - PARTE XXVI


Dmitriy Alenitchev - Internacional E26: Vestiu a camisola da Selecção nacional da Rússia por 55 vezes (19 pelo FC Spartak Moscovo, 9 pelo AS Roma, 4 pelo AC Perugia e 23 pelo FC Porto). A sua estreia teve lugar em Ta'Qali, a 9 de Fevereiro de 1996, num jogo a contar para o Rothmans Torneio Internacional, realizado na capital de Malta, tendo a Islândia como adversário.


Enquanto jogador do FC Porto, voltaria à selecção para concretizar a sua 31ª internacionalização, em 28 de Fevereiro de 2001, na cidade grega de Heraklion, num jogo amigável contra a Grécia, que terminou com uma igualdade a três bolas.


Alenitchev teve o privilégio de participar na fase final do EURO/2004, disputada em Portugal, tendo inclusivamente defrontado a equipa lusa, na 2ª jornada do Grupo A, perdendo então por 2-0. A Rússia acabaria na última posição do Grupo, não acompanhando Portugal na fase seguinte.


Nesta sua vertente internacional, o médio russo marcou 6 golos e capitaneou a sua selecção em dois jogos.


Natural de Velikiye Luki, segunda maior cidade situada na parte Sul de Pskov Oblast, Rússia, começou a sua carreira profissional em 1991, antes de completar  os 20 anos de idade, no Lokomotiv de Moscovo, onde permaneceu duas temporadas, no fim das quais assinou contrato pelo clube do seu coração, o Spartak de Moscovo. Neste clube, as suas qualidades emergiram, com excelentes exibições e conquista de vários títulos nacionais, com destaque para o prémio de melhor jogador do campeonato russo de 1997.


As suas performances despertaram a natural cobiça do AS Roma, de Itália que o contratou no Verão de 1998. Depois de uma boa época de estreia em terras transalpinas, Alenitchev não foi tão feliz na sua segunda temporada, onde começou por ser pouco utilizado para acabar emprestado ao Perugia.


Foi nesta fase de indefinição que o FC Porto o foi buscar, assinando contrato em Julho de 2000, chegando como um dos reforços mais caros do historial portista, até essa altura.


Sem ser um titular indiscutível, o médio russo mostrou sempre uma capacidade técnica muito evoluída, boa leitura de jogo, sentido posicional,  bom toque de bola, elevado índice de passes acertados e um especial engodo pela baliza, que lhe permitia aparecer com êxito em zonas de finalização, obtendo muitos e bons golos. Alenitchev assumiu-se mesmo como figura preponderante nas duas épocas de ouro do FC Porto, contribuindo com importantes golos nas finais europeias de Sevilha (Taça Uefa/2003) e Gelsenkirchen (Champions League/2004), tornando-se no primeiro jogador russo a vencer a prova rainha do futebol europeu e simultâneamente num dos raros atletas, a nível mundial, a marcar em duas finais consecutivas.


Alenitchev vestiu de azul e branco durante quatro temporadas, participando em 129 jogos (84 para o Campeonato Nacional, 15 para a Taça de Portugal, 4 para a Supertaça CO e 26 para as Competições Europeias), apontando 23 golos. Estreou-se oficialmente em 9 de Agosto de 2000, em Bruxelas, na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória, para a Liga dos Campeões, frente ao Anderlecht, jogando 66', sendo então substituído por Pavlin.


Após o EURO/2004, o categorizado médio russo manifestou o desejo de regressar ao seu país e a SAD portista não lhe colocou quaisquer entraves. Assinou pelo «seu» Spartak de Moscovo onde jogou até Maio de 2008, pondo fim à sua carreira.


Palmarés ao serviço do FC Porto: 
1 Liga dos Campeões Europeus (2003/04)
1 Taça Uefa (2002/03) 
2 Campeonatos Nacionais (2002/03 e 2003/04)
1 Taça de Portugal (2000/01)
1 Supertaça Cândido Oliveira (2003/04)

(Continua)
Fontes: European Football Natiol Teams Matches e Almanaque do FC Porto, de Rui Moguel Tovar

domingo, 29 de julho de 2012

DESACERTO COMPLETO!

No primeiro teste mais exigente desta pré-temporada, o FC Porto baqueou em todos os capítulos do jogo, acabando subjugado à melhor organização do futebol do Valência.

Vítor Pereira fez subir ao relvado do Mestalla, um onze constituído na sua maior parte com os elementos que têm começado os jogos anteriores. As diferenças foram o regresso à titularidade do guarda-redes Helton e a dupla de defesas laterais que desta vez ficaram a cargo de Miguel Lopes e Sereno.

Como já vem sendo hábito, os campeões nacionais começaram o treino, sem grande intensidade e muita desconcentração, que poderiam ter custado pelo menos dois golos, no primeiro quarto de hora. Maicon e Helton entregaram displicentemente o ouro ao bandido, mas, por sorte ou imperícia, os jogadores da casa desperdiçaram escandalosamente.

O futebol portista mostrava-se amorfo, sem ideias e sem dinâmica, perdendo qualquer eficácia na medida em que ficava sem  a bola de forma constante, em passes transviados em número quase obsceno.

A defesa abria buracos e dava «abébias», o meio campo não construía e o ataque não existia. O Valência dominava, controlava e desperdiçava boas oportunidades de chegar à vantagem. Foi assim durante todo o jogo.

Apesar de tudo, foram os Dragões a abrir o marcador aos 57', na sequência de um canto marcado do lado esquerdo por Atsu, que a defesa «che» aliviou para a entrada da área, onde apareceu Lucho Gonzalez a rematar de primeira para o lado superior direito, batendo o indefeso guardião espanhol. Belo golo por sinal, mas completamente contra a corrente do jogo.



Mas com futebol tão inconsequente, a vantagem haveria de durar pouco e aos 63' o Valência chegaria, com toda a naturalidade ao empate, num cruzamento para a área portista onde Jonas saltou para cabecear com êxito perante a impassividade dos defesas azuis e brancos.

Vítor Pereira aproveitou a bola ao centro para operar a «catrefada» habitual de substituições e se o FC Porto já estava mal pior ficou.

O Valência passou a pressionar ainda mais, num assalto frenético à baliza portista que foi evitando o golo com alguma sorte à mistura. O ataque do FC Porto limitou-se a duas situações de maior perigo protagonizadas por Djalma e Kelvin. 

O jogo terminaria com o empate muito lisonjeiro para as cores portistas, seguindo-se o desempate por grandes penalidades, mas também aí os jogadores portistas foram coerentes no seu desacerto: 4 penaltis apontados, nenhum concretizado! Fantástico! Kléber, Iturbe, Kélvin e João Moutinho foram os autores deste descalabro.

No final vitória mais que justa da turma da casa que levantou o troféu Naranja em disputa.

Este jogo poderá ter sido um treino muito proveitoso se a equipa souber reflectir sobre o que correu mal. Para mim foi preocupante assistir a tanto desacerto. Hoje a maioria dos atletas não passou de uma vulgaridade gritante que dá que pensar. Bastou defrontar um adversário de maior valor para se desmoronar toda a organização manifestada nos jogos anteriores.

Ficha do jogo

Valência 1 FC Porto 1 (2-0 nos penaltis)

Palco do Jogo: Estádio Mestalla - Valência - Espanha
Data e hora do jogo: 28 de Julho de 2012, às20:30 h
Árbitro: Mateo Valero 

Valência: Diego Alves; João Pereira, Victor Ruiz, Ricardo Costa e Mathieu; Parejo, Tino Costa, Feghouli e Guardado; Soldado e Jonas.

 Suplentes utilizados: Bernard, Pablo Hernandez, Vieira, Gago, Barragán e Paco Álcacer.

Treinador: Mauricio Pellegrino

FC Porto: Helton; Miguel Lopes (David Addy 65'), Maicon (Rolando 65'), Otamendi (Mangala 65') e Sereno (Iturbe 78'); Fernando (João Moutinho 63'), Defour (André Castro 65') e Lucho Gonzalez (Kelvin 65'); James Rodríguez (Djalma 65'), Jackson Martinez (Kléber 65') e Christian Atsu (Silvestre Varela 65').

Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lucho Gonzalez (57') e Jonas (63')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Sereno (77')

Próximo jogo: FC Porto- Lyon, em 4 de Agosto, às 20:45 h, no Estádio do Dragão, em jogo de apresentação do plantel para a época 2012/13.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

TREINO PRODUTIVO NA BUSCA DA AFINAÇÃO

Os campeões nacionais voltaram a testar a afinação, mais uma vez num confronto desigual e pouco exigente, mas que serviu para aquilatar das qualidades dos atletas que lutam por um lugar ao Sol, que é como quem diz, no plantel principal do Clube.

O Santa Clara, dos Açores foi o adversário que tentou, dentro das suas humildes possibilidades, contrariar o favoritismo portista. A sua contenção defensiva, aliada a um relvado muito alto e à habitual inércia portista que tem caracterizado o inicio de cada jogo/treino desta pré-época, foi adiando o colorir do resultado.

O FC Porto, apresentando como novidades no onze titular, as presenças de Fabiano, Jackson Martinez e Iturbe, começou lento, pouco dinâmico e algo desconcentrado, provocando um futebol previsível, com muitos passes transviados e, por isso fácil de anular. Foi assim quase toda a primeira parte, com os defesas laterais adaptados (Djalma e Mangala) a não darem consistência defensiva nem profundidade. 

Apenas dois ou três lances de maior perigo, um de livre directo, mais uma vez apontado superiormente por Maicon, que não deu golo mas obrigou o guardião contrário a defesa de elevada dificuldade e os outros dois na sequência de remates de cabeça do avançado colombiano que causaram algum «frisson», foram os momentos mais vistosos desse período.

Os Dragões foram no entanto para as cabines em vantagem no marcador graças a uma grande penalidade apontada por Lucho Gonzalez, aos 38 minutos.


No segundo tempo, Vítor Pereira, aproveitou para fazer a «catrefada» de alterações, colocando gradualmente todos os atletas disponíveis a rodar. Fabiano, Mangala, Fernando, Lucho Gonzalez, James Rodríguez e Jackson Martinez, já não regressaram das cabines. O jovem guarda-redes Kadú teve os seus primeiros 45 minutos para se mostrar, surgindo ainda Sereno, André Castro, Kléber, Kelvin e Christian Atsu para completar o «onze».


O jogo tornou-se mais competitivo e rápido, ainda que, pelo menos aparentemente, mais anárquico, dando lugar a um futebol mais individualizado, onde emergia a técnica e habilidade de cada um.


Só com a entrada dos internacionais portugueses, Miguel Lopes, Rolando, João Moutinho
e Silvestre Varela bem como de David Addy, o futebol portista voltou ao registo colectivo.


Então, com dois defesas laterais de raiz a proporcionarem coesão defensiva e profundidade atacante, sob a batuta do «maestro» João Moutinho, o futebol portista conheceu finalmente os  momentos de maior fulgor.


Os lances de perigo começaram a surgir com toda a naturalidade e os golos vieram por acréscimo. Por sinal em dois momentos de elevada participação colectiva a que não faltaram o bom desempenho individual. O 2-0 surgiu aos 77', fruto da magnífica visão de João Moutinho que colocou a bola em Kelvin que se encontrava sob a direita, para este ir à linha cruzar para a área. A bola passou por Kléber que não lhe chegou, surgindo Atsu que, de trivela, empurrou para as redes batendo o guardião contrario. Já em tempo de descontos surgiu o 3-0, em mais um momento delicioso do jogo. Atsu recebeu a bola no flanco esquerdo, levantou a cabeça, endossou a bola a Kelvin que se encontrava numa posição frontal, à entrada da área, com o brasileiro a solicitar com um toque de habilidade,  a entrada de Castro que recolheu a bola, enquadrou-se com a baliza e atirou a contar, conseguindo um golo muito bonito e bem trabalhado, num lance de futebol corrido.




O jogo acabou por ser um bom treino, onde alguns dos candidatos a um lugar no plantel conseguiram marcar pontos. Vítor Pereira vai ter vida difícil para fazer as escolhas certas e justas, pois qualidade não falta a estes atletas. O problema é que não cabem todos.


Resta acrescentar que neste confronto estava em disputa o Troféu Pedro Pauleta.


Ficha do jogo


Santa Clara 0 FC Porto 3


Palco do jogo: Estádio de S. Miguel - Ponta Delgada - Açores
Data e hora do jogo: 25 de Julho de 2012, às 19:00 h
Árbitro: André Almeida - Açores


Santa Clara: Hélder Godinho; André Simões, Accioly, Paulo Monteiro e Sérginho; Toni, Pedro Cervantes e Pacheco; Platini, Reguila e Hugo Santos.


Suplentes utilizados: Porcellis, Luiz Carlos, Godinho, Minhoca, Pipo, Marco Lança, Hugo Rego, Diogo Moniz, João Ventura e Vítor Hugo.


Treinador: Luís Miguel


FC Porto: Fabiano (Kadú 45'); Djalma (Miguel Lopes 65'), Maicon (Rolando 65'), Otamendi (Davis Addy 65') e Mangala (Sereno 45'); Fernando (Castro 45'), Defour (João Moutinho 65') e Lucho Gonzalez (Kelvin 45'); James Rodríguez (Christian Atsu 45')), Jackson Martinez (Kléber 45') e Iturbe (Silvestre Varela 65').


Treinador: Vítor Pereira


Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Lucho Gonzalez (39' g.p.), Christian Atsu (77') e Castro (92').


Próximo Jogo: Valência-FC Porto, em 28 de Julho, às 20:30 h no Estádio Mestalla - Valência - Espanha



segunda-feira, 23 de julho de 2012

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ESTRANGEIROS) - PARTE XXV


Carlos Paredes - Internacional E25: Envergou a camisola da Selecção nacional principal do Paraguai por 74 vezes (29 pelo Olímpia Assuncion, 16 pelo FC Porto, 28 pelo Reggina Calcio e 1 pelo Sporting CP). Estreou-se em 29 de Março de 1998, em New Haven, no jogo amigável que colocou frente a frente as selecções da Colômbia e do Paraguai, com o resultado final a ilustrar um empate a uma bola. Enquanto jogador do FC Porto, voltaria a vestir a camisola da selecção nacional, para concretizar a sua 29ª internacionalização, em Assuncion, a 2 de Setembro de 2000, num jogo de qualificação para o Mundial de 2002, no Paraguai-Venezuela, que os paraguaios venceram por 3-0, com um golo da sua autoria.

Médio de elevadas capacidades, esteve presente em três fases finais dos Mundiais, mais concretamente no França/1998, no Coreia/Japão/2002 e no Alemanha/2006. Ao longo do seu percurso na selecção do Paraguai apontou 10 golos.

Natural de Assunção, capital do Paraguai, Paredes estreou-se como profissional no Olímpia Assuncion, clube mais representativo da sua terra natal, em 1995, vestindo a sua camisola durante cinco temporadas, sagrando-se campeão nacional por 4 vezes. A sua preponderância no seio da equipa permitiu-lhe o posto de capitão com a tenra idade de 20 anos.

Transferiu-se para o FC Porto na temporada de 2000/01, onde «pegou de estaca» assumindo desde a primeira hora um papel determinante no meio campo portista que emparceirou com Deco e Alenitchev.

Vestiu de azul e branco durante duas épocas, participando em 92 jogos (57 para o Campeonato Nacional, 7 para a Taça de Portugal, 3 para a Supertaça CO e 25 para as competições europeias), concretizando 7 golos. Estreou-se em 9 de Agosto de 2000, em Bruxelas, na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória para a Liga dos Campeões, frente ao Anderlecht, jogando 56', sendo então substituído por Chainho.

As excelentes performances conseguidas de Dragão ao peito despertaram imediato interesse de outros emblemas europeus, dispostos a deixar nos cofres portistas uma valiosa maquia. Foi o Reggina, da Série A de Itália que mais valorizou este médio paraguaio e garantiu os seus serviços em troca de 4,8 milhões de euros, em Julho de 2002. Paredes permaneceu neste clube transalpino durante 4 épocas sem conseguir enriquecer o seu palmarés.

Regressou a Portugal para representar o Sporting CP, durante uma época e meia (de Julho/2006 a Janeiro de 2008), onde não foi tão eficaz, acabando por voltar ao seu país e ao seu clube de origem, o Olímpia Assuncion. Antes de encerrar a sua carreira neste clube, em 2012, passaria fugazmente  pelo Club Rubio e pelo Club Sportivo Luqueño.

Palmarés ao serviço do FC Porto: 
1Taça de Portugal (2000/01)
1 Supertaça CO (2001/02)
 


(Continua)
Fontes: Home of Football Statistics and Story; Fifa.com; Transfermarket.co.uk e Almanaque do FC Porto de Rui Miguel Tovar

domingo, 22 de julho de 2012

JOGO/TREINO PARA ACERTAR AGULHAS

Os campeões nacionais prosseguem em bom ritmo a fase de preparação para a nova época. Desta vez, frente à equipa espanhola do Celta de Vigo, de regresso ao escalão principal, O FC Porto pôs à prova a qualidade do trabalho que tem vindo a desenvolver nestas três semanas de intensa preparação. 

Ainda sem os internacionais (Rolando, João Moutinho, Silvestre Varela, Miguel Lopes, Danilo, Alex Sandro e Hulk), Vítor Pereira voltou a apresentar, no muito mal tratado relvado visiense, do estádio do Fontelo, uma equipa com defesas laterais adaptados (Djalma e Mangala), muito parecida com a que começou o jogo anterior, na Suíça frente ao Evian, desta vez com Fabiano em vez de Helton.

Tratou-se de um jogo/treino que, para ser mais exacto, acabou por ser mais um treino/jogo, ou seja, trinta minutos de treino, os primeiros, jogados num ritmo lento, quase sem progressão e consequentemente com ausência de remates e jogadas perigosas. Talvez o calor e o estado do relvado tenham contribuído para este verdadeiro bocejo.

A partir da meia hora, o Sol pôs-se e a determinação tomou conta dos atletas azuis e brancos que começaram finalmente a encarar este treino como um jogo. 

James Rodríguez, aos 34' deu o lamiré com um potente remate de pé esquerdo que o guardião galego sacudiu com dificuldade; aos 39' foi Djalma a fazer um túnel ao defesa, caminhar para a baliza, descaído pela direita e a rematar com força, com o guarda-redes novamente em dificuldades e finalmente Christian Atsu, por duas vezes, conduziu a bola com perigo, até à área espanhola mas em ambas as ocasiões a defesa contrária acabou por resolver in-extremis.

Depois do intervalo Bracali surgiu na baliza dos campeões nacionais que entraram a todo o gás. Aos 50' Atsu esteve perto de facturar, quando surgiu pela esquerda, rematou de forma a bater o guarda-redes Javi Varas, mas o remate saiu fraco permitindo a intervenção de um defesa quase em cima da linha, evitando o golo que o FC Porto já merecia.

Quatro minutos depois, Vítor Pereira mexeu mais uma vez na equipa. Atsu e Kleber deram os seu lugares a Kelvin e Jackson Martinez, respectivamente.

Aos 66', numa jogada de combinação muito bem delineada o FC Porto chegou à vantagem. Troca de bola entre James e Jackson, na zona central da área, com o extremo colombiano a servir Lucho, com um toque de calcanhar soberbo, que o argentino aproveitou para rematar e transformar em golo.

Entretanto as substituições foram-se processando em catadupa, como geralmente tem acontecido neste tipo de jogos. Foi então que surgiu Kelvin que com a sua irreverência e velocidade obrigou um defesa contrário a fazer uma falta grosseira para o parar. Maicon, a mais de 25 metros, cobrou de forma irrepreensível. A bola descreveu um arco e foi-se anichar nas redes da baliza, sem qualquer hipótese de defesa. Espectacular! Parece que está descoberto finalmente um especialista de bolas paradas. É já o 3º que o defesa brasileiro concretiza com grande qualidade, nesta fase de preparação.

Mas o melhor do espectáculo ainda estava para chegar. Iturbe, a quem alguns chamaram de «mini-Messi» quis fazer jus a essa alcunha. Vai daí, pegou na bola, ligou o turbo, arrancou para a baliza e em «slalon», foi passando por quem lhe apareceu na frente, um, dois, três e ainda teve força e discernimento para colocar a bola por debaixo do corpo do guardião galego. Grande golo!


O resultado estava feito. Ainda houve tempo para mais algumas substituições.

O FC Porto, continua vitorioso nesta fase de preparação, o que nem sequer é o mais importante. A equipa tende a melhorar gradualmente, sendo agradável verificar a qualidade de alguns candidatos que lutam por um lugar no plantel. Nem todos poderão ficar, como é óbvio. 

Ficha do jogo:

FC Porto 3 Celta de Vigo 0

Jogo particular de preparação

Palco do Jogo: Estádio do Fontelo - Viseu
Data e hora do jogo: 21 de Julho de 2012, às 19:45 h
Árbitro: Carlos Xistra - Castelo Branco

FC PORTO: Fabiano (Bracali 45'); Djalma (Sereno 63'), Maicon, Otamendi (Mikel 81') e Mangala, Fernando (Castro 63'), Defour (David 81') e Lucho Gonzalez (Pedro Moreira 70'); James Rodríguez (Iturbe 70'), Kléber (Jackson Martinez (54') e Christian Atsu (54').

Suplente não utilizado: Kadú

Treinador: Vítor Pereira

CELTA DE VIGO: Javi Varas (Sérgio 45'); Tuñez (Hugo Mallo 45'), Jonathan Vila (Roberto Lago 45'), Bellvis (Catalá 45') e Jonny (Samuel 45'); Cabral (Bustos 45'), Natxo Insa (Alex Lopez 45') e Dani Abalo (Toni 45'); Bermejo (Joan Tomas 45'), De Lucas (Toni 45') e David (Jota 45').

Treinador: Francisco Herrera Lorenzo

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lucho Gonzalez (66'), Maicon (76') e Iturbe (79')
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Hugo Mallo (85')

Próximo jogo: Santa Clara - FC Porto, 25 de Julho




segunda-feira, 16 de julho de 2012

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ESTRANGEIROS) - PARTE XXIV

Miran Pavlin - Internacional E24: Foi internacional pela Eslovénia em 63 ocasiões (8 pelo NK Olimpija, 13 pelo SK Freiburg, 12 pelo Karlsruher SC, 22 pelo FC Porto e 8 pelo Olympiakos). A sua estreia aconteceu em 5 de Fevereiro de 1998, em Limassol, frente à Islândia, no Torneio Internacional de Chipre, com a vitória a sorrir aos eslovenos por 3-2. Enquanto jogador do FC Porto, voltaria à selecção para realizar a sua 27ª internacionalização, em 16 de Agosto de 2000, em Ostrava, no Rep. Checa-Eslovénia, jogo de carácter amigável que terminou com a vitória eslovena por 1-0.

Participou nas fases finais do EURO/2000 e no MUNDIAL/2002. Foi dele, aliás, o golo no play-off contra a Ucrânia que garantiu à Eslovénia o apuramento para o Europeu da Holanda/Bélgica, por sinal, a primeira fase final da história daquele país.

Pavlin foi curiosamente um atleta muito mais considerado e apreciado na sua selecção do que nos clubes por onde passou. Capitaneou a equipa nacional por 15 vezes e marcou 5 golos.

Natural de Kranj, cidade eslovena situada a noroeste da capital Ljubljana, começou a sua carreira profissional em 1992, com 20 anos de idade, no NK Triglav, mas foi no Olimpija Ljubljana que deu nas vistas e lhe permitiu dar o salto para a Alemanha, para representar o Dínamo de Dresden, clube grande da ex-RDA, que a turbulência da reunificação alemã relegara para as divisões secundárias. O esloveno logrou uma boa época e no final da mesma, foi contratado pelo Freiburgo, da 2ª Divisão que subiria então ao escalão principal, com a preciosa ajuda de Pavlin.

Em termos de clubes, Pavlin começava a «Via-Sacra» em 1999, altura em que foi emprestado ao Karksruhe, da segunda Divisão alemã, onde não conseguiu encontrar um lugar no onze titular, muito por culpa das várias lesões que o incomodaram. Foi por isso pouco utilizado e ainda viu o clube baixar de Divisão.

Foi então que surgiu, com alguma surpresa, o interesse do FC Porto. Apesar de uma época para esquecer, o atleta esloveno era considerado um médio defensivo com boa técnica, bom sentido posicional, possuidor de um bom pé esquerdo e capacidade de colocação da bola à distância, para além de uma boa visão de jogo. Era sobretudo um herói para o seu país,  principalmente desde que marcou o golo decisivo que colocou a Eslovénia na referida fase final.

Porém, no FC Porto acabou igualmente por não ser feliz, não se conseguindo impor com nenhum dos três treinadores por quem foi orientado (Fernando Santos, Octávio Machado e José Mourinho).

O Esloveno assinou por 4 temporadas mas só viria a cumprir metade. Foram duas épocas (2000/01 e 2001/02) em que Pavlin, quando chamado à equipa se mostrou tímido, lento, com algumas limitações técnicas e completamente inadaptado. Participou em 22 jogos (12 para o Campeonato nacional, 4 para a Taça de Portugal, 1 para a Supertaça C.O. e 5 para as competições europeias). A sua estreia com a camisola portista concretizou-se em 9 de Agosto, em Bruxelas, na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, frente ao Anderlechte, quando aos 66' entrou para substituir Alenitchev. O FC Porto saiu derrotado desse jogo, por 1-0, resultado que não conseguiria reverter nas Antas, sendo então relegado para a Taça Uefa.

Foi portanto sem qualquer surpresa que, em 2002 foi colocado na lista de dispensas, regressando ao seu país para representar o Olimpija. Ainda afectado pelo seu insucesso em Portugal, manteve a sua irregularidade, alastrando-a à sua passagem pelo Apoel e Olympiakos Nicósia, ambos clubes cipriotas, antes de regressar, em 2005,  ao Olimpija, onde se manteve durante 4 temporadas.

Em Julho de 2009 assinou pelo FC Koper, onde foi capitão de equipa e director desportivo, antes de anunciar o final da sua carreira futebolista, em Março de 2011.

Palmarés ao serviço do FC Porto: 1 Taça de Portugal (2000/01). 

(Continua)
Fontes: European Football National Team Matches e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

sábado, 14 de julho de 2012

VITÓRIA FELIZ NO 2º JOGO/TREINO

O FC Porto terminou o seu estágio na Suíça com uma vitória frente à equipa francesa do Evian, 9º classificado do campeonato francês, da época passada.

Vítor Pereira escalonou um onze titular um pouco diferente daquele que utilizou no jogo anterior. Djalma surgiu como defesa direito e do outro lado actuou Mangala. James Rodríguez, à direita e Christian Atsu na ala esquerda formaram com Kléber o trio de avançados.

Foi uma primeira parte calma onde se notou algum desgaste provocado pelo trabalho diário intenso, muito característico dos princípios de época.

A equipa voltou a evidenciar falta de velocidade e alguma dificuldade nas acções ofensivas. Os passes transviados e perdas de bola foram uma constante, notando-se uma clara falta de adaptação dos improvisados defesas laterais. James, ainda longe da melhor forma, perdeu-se em excessos a Atsu não demonstrou o mesmo fulgor, ainda que tenha saído dos seus pés os lances mais vistosos. Defour, por duas vezes, Atsu, James e Maicon criaram algum perigo junto da baliza contrária, mas Helton também teve de se aplicar em duas ou três ocasiões.

No segundo tempo, Iturbe e o guarda-redes Fabiano (ex-Olhanense), surgiram nos lugares de Atsu e Helton, respectivamente. O recente reforço portista começou logo a brilhar ao impedir o golo dos franceses, quando M´Madi surgiu na cara do golo. Foi ele, aliás, o homem do jogo, com mais duas intervenções de elevada dificuldade, numa altura em que as substituições em massa descaracterizarem a equipa, desorganizando-a e tirando-lhe consistência. Passou a ser um jogo aos repelões, mal jogado, obrigando o guardião portista a trabalho aturado para garantir a inviolabilidade das suas redes.




Já muito perto do final do encontro, Maicon, na marcação de um livre directo, fez funcionar o resultado, com uma execução soberba. A bola sobrevoou a barreira descrevendo um arco que deixou o guarda-redes contrário pregado ao relvado, quase sem reacção. Um dos poucos bons momentos deste treino.






Hije a equipa apresentou-se de forma geral amorfa, as individualidades muito apagadas, quiçá a acusar a carga a que têm sido submetidos, pelo que me parece injusto fazer considerações às performances individuais.


No entanto, não posso deixar de questionar a utilidade das substituições à molhada, sem aparente critério. Que ilações se poderão tirar deste tipo de planeamento. Como mero espectador, parecem-me mais prejudiciais do que benéficas. A equipa perde coesão, consistência e sem elas dificilmente os novatos, por mais qualidade que possuam, tendem a passar uma imagem contrária. Mas quem sou eu para duvidar deste tipo de trabalho?


Ficha do jogo:


Evian 0 FC Porto 1


Jogo particular de preparação


Palco do jogo: Stade Boute de Lac, em Le Bouveret, Suíça
Data e hora do jogo: 14 de Julho de 2012, às 18:15 h
Árbitro: Sandro Schrarer - Suíça
Assistência: 4.869 espectadores


Evian: Laquait (Durand 45'); Mbarqui (Wass 61'), Angoula, Cambon, Ehret, LAcou, Sorlin, Thomasson, M'Madi, Bugne e Sagbo.


Outros suplentes utilizados: Andersen, Madaglia, Douline, Rabiu, Dhaouadi, Baouia e Khelifa.


Treinador: Pablo Correa


FC Porto: Helton (Fabiano 45'); Djalma (David 59'), Maicon, Otamendi e Mangala; Fernando (Mikel 64'), Defour (Castro 59') e Lucho Gonzalez (Pedro Moreira 64'); James Rodríguez (Kelvin 64'), Kléber (Marc Janko 59', Kléber 84') e Christian Atsu (Iturbe 45').


Suplente não utilizado: Kadú


Treinador: Vítor Pereira


Ao intervalo: 0-0
Marcador: Maicon (87')
Acção disciplinar: Cartões amarelos para Sagbo (16'), James Rodríguez (47') e Mbaeki (48').


Próximo jogo: FC Porto-Celta de Vigo, dia 21 de Julho, em Viseu.