sábado, 14 de janeiro de 2012

O GÉNIO DE JAMES

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)


O FC Porto apresentou-se sem surpresas no seu onze titular, tendo em conta as ausências de João Moutinho e Djalma, pelos motivos sobejamente conhecidos. Esperava-se igualmente uma exibição à altura dos pergaminhos do Campeão nacional e um resultado a condizer.

Se o resultado foi aceitável, já a exibição ficou, mais uma vez, longe do que seria expectável mas coerente com o que tem sido afinal a performance portista desta época.

Desta vez não se podem queixar os Dragões de uma réplica baseada no habitual «autocarro» em frente da baliza adversária. O Rio Ave fez questão de jogar no campo todo, muito embora como é lógico, com evidentes cuidados defensivos.

Os azuis e brancos sentiram mesmo assim muitas dificuldades de penetração e consequentemente poucas possibilidades para rematar. Só aos 24' de jogo o FC Porto criou uma jogada de verdadeiro perigo com Rolando a aparecer na cara de Huanderson, mas ligeiramente atrasado apenas conseguiu tocar de leve na bola para defesa apertada do guardião vilacondense. Três minutos depois Hulk lesionou-se ao tentar o remate de pé esquerdo, no que parece ser problema muscular. Acabou substituído por Kléber poucos minutos depois.

A primeira grande ocasião de golo pertenceu a Kelvin, com um remate forte e colocado que obrigou Helton a uma intervenção delicada.

Até que aos 42' do jogo, o génio de James Rodríguez desbloqueou o resultado. Com um movimento espectacular o colombiano tirou o defesa contrário do seu caminho, olhou para a baliza e no interior da área rematou cruzado, fazendo a bola beijar as malhas. Jogada de génio!

O intervalo chegaria apenas com mais um registo em que o principal protagonista foi o árbitro auxiliar, a inventar um fora de jogo a Kléber que seguia isolado para a baliza.

No segundo tempo o FC Porto entrou forte e logo nos primeiros minutos Cristian Rodríguez, de cabeça, obrigou o guardião forasteiro a uma intervenção complicada. Na resposta Yazalde, só com Helton pela frente, não foi capaz de empatar o jogo. O capitão portista impôs a sua presença e avançado do Rio Ave atirou frouxo e à sua figura.

Antes de ser substituído aos 65' Belluschi ainda teve tempo para desperdiçar de forma inacreditável um golo de baliza aberta! Entraram Iturbe e Varela e o jogo ganhou mais alguma movimentação.  Aos 80' o génio de James voltou a emergir. Álvaro Pereira cruzou da esquerda, a bola foi recebida pelo colombiano que dominou, puxou para o seu pé direito, rematando cruzado para o segundo golo, o da tranquilidade.

Até final ainda houve uma reacção do Rio Ave, na tentativa de reduzir a desvantagem. Rolando foi forçado a fazer falta sobre João Tomás, que se ia a isolar para a área portista e por isso levou o cartão vermelho directo, ficando os Dragões a jogar em inferioridade numérica, os últimos momentos da partida.

Vitória justa com uma exibição pouco mais que sofrível.
Destaques para James Rodríguez, o mais esclarecido jogador em campo, seguido pelas regularidades de Fernando, Defour e Álvaro Pereira.

2 comentários:

  1. Sem fazer um grande jogo, o FC Porto ganhou justamente. Hulk fez-nos apanhar um pequeno susto, mas havia quem estivesse muito assustado antes do 1.º de James… É que esta equipa tem muita dificuldade em criar situações de golo. Pelo que podem surgir resultados que compliquem as contas. Ainda assim nota-se, cada vez mais, o empenho dos jogadores. Continuo a não gostar de Belluschi e parece-me que Otamendi, Defour, Álvaro Pereira, James (de facto, um génio!) e, sobretudo, Fernando, tiveram exibições que os destacaram dos outros. Direi até que Fernando esteve impecável, soberbo. Não desgostei de Iturbe e gostei de… Kelvin.

    Os recordes não contam mas... são contabilizados. Pelo que: já lá vão 54 sem perder!

    Abraço.

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  2. Pressionado pela obrigação de ganhar, o F.C.Porto entrou bem, dominador e com um futebol agradável, tricotado e em triangulações, foi encostando o Rio Ave atrás. Embora sem contundência no último terço, sem criar muito perigo e abusando das jogadas pelo meio, o Campeão prometia uma noite agradável aos seus adeptos. Só que a qualidade durou pouco e a partir dos 20 minutos, mais coisa menos coisa, começaram os passes errados, o futebol portista tornou-se complicativo, trapalhão, as soluções passaram a não ser as melhores, o que parecia fácil, começou a ficar difícil e até ao intervalo, salvo o golo de James, nada mais de relevante a equipa azul e branca conseguiu. A vantagem mínima era justa, mas se o jogo tivesse chegado empatado ao intervalo, não se pode dizer que era um grande castigo para os pupilos de Vítor Pereira. A juntar e fazer aumentar as preocupações da massa adepta do F.C.Porto, a lesão de Hulk, que sem estar a um nível alto, estava bem e é um jogador importantíssimo na manobra da equipa.

    Na segunda-parte, já com Kléber no lugar do Incrível, foi um Porto melhor, com menos zonas sombrias na sua exibição e se podia ter sofrido o empate, que Yazalde desperdiçou isolado e só com Helton pela frente, também é verdade que por várias vezes podia ter aumentado a vantagem, até mesmo antes da jogada do jovem avançado da equipa vilacondense. Veio a consegui-lo já perto do final do jogo, 80 minutos, novamente por James, dando um colorido ao resultado mais de harmonia com o desenrolar da partida.

    Tudo resumido, numa noite fria e chuvosa e com meia casa no Dragão, o Campeão cumpriu a sua obrigação e venceu, sem brilho, mas com justiça. E ganhar, nesta altura, é o mais importante para manter pressão e não permitir que a distância para o primeiro lugar aumente.

    James marcou dois golos e foi, por isso, decisivo, mas para mim, Fernando, Defour, Cebola e Alvaro, o uruguaio, mais na segunda-parte, estiveram a cima do jovem colombiano, que, está visto, tem de jogar pelo meio e sem preocupações defensivas.

    Atingimos uma marca bonita no campeonato, 54 jogos sem perder, mas isso de nada valerá se não atingirmos o principal objectivo, o título de campeões nacionais.

    Espero que a lesão de Hulk não seja grave e não obrigue a uma paragem prolongada. Se há jogos, como foi o caso de hoje, que podemos dispensar o Incrível, há outros que a sua presença é muito importante.
    Espero também, que esta semana haja fumo branco no que ao avançado diz respeito. Não podemos correr riscos.

    Nota final:
    Hoje deu para ver mais tempo de Iturbe e sinceramente, não foi o que esperava. Tem atenuantes: é um jovem, está a dar os primeiros passos no F.C.Porto, entrou e quis mostrar serviço, é natural. Mas fê-lo da pior maneira, enveredando pelo individualismo, foi trapalhão, esteve demasiado sôfrego. Iturbe, ficou-me a sensação, ainda tem muitas etapas para queimar. Começo a perceber melhor a razão porque tem estado tanto tempo no laboratório...

    Abraço

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