sábado, 17 de dezembro de 2011

VITÓRIA ARRANCADA A FERROS

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)

Que não ia ser fácil, todos sabíamos. Que os insulares iam apostar numa organização defensiva cerrada, era previsível. Que quase abdicariam de preocupações atacantes, era o esperado. O que não estaria nas previsões gerais era tanta ineficácia, tanta atrapalhação, tanta inoperância, tanta falta de imaginação, tanta aselhice  e tão pouca lucidez, da parte dos Campeões nacionais, nem mesmo quando, aos 41' ficaram a jogar contra 10, por expulsão de Roberge.

Os Dragões entraram no jogo com vontade de fazer funcionar cedo o marcador, com Belluschi a desferir um remate frontal, fora da área, que Peçanha teve dificuldades em defender, os ponteiros do relógio marcavam 11' de jogo. O fulgor portista foi-se entretanto perdendo à medida que o tempo avançava, sendo evidente o pouco acerto dos cruzamentos, dos passes, dos lançamentos em profundidade e dos remates.

Até que aos 33' o guardião madeirense resolveu oferecer um brinde de Natal. Com a bola dominada, sem qualquer pressão, tocou inadvertidamente na bola colocando-a ao alcance de Belluschi, que agradeceu mas foi incapaz de o desfeitear, deixando displicentemente que Peçanha corrigisse o monumental erro, levando ao desespero as bancadas do Dragão! Momento incrível para qualquer dos atletas visados.

Três minutos depois foi a vez de aparecer em cena o «artista» do apito a negar uma grande penalidade claríssima sobre Belluschi, autenticamente abalroado por João Luiz!

A insistência portista continuava a esbarrar na defensiva do Marítimo, face ao acumular de erros primários dos portistas, cada vez mais ansiosos praticando um futebol previsível e fácil de anular.

Nem com a expulsão, aos 41' de Roberge, o FC Porto conseguiu ser mais eficaz.

Ao intervalo Vítor Pereira deixou James Rodríguez nos balneários e fez entrar Kléber, deslocando Hulk para a ala, mas as melhorias não se fizeram notar. Belluschi insistia em rematar, mas quase sempre deficientemente, mostrando à saciedade não ser esse o seu forte, bem pelo contrário. A solução haveria de vir do banco. Primeiro coube a Cristian Rodríguez ser chamado à liça, saindo do jogo Maicon, deixando Djalma com a dupla função de defender e atacar pelo seu corredor. As jogadas trapalhonas, os cruzamentos sem nexo e os remates disparatados continuavam na ordem... da noite. Vítor Pereira tinha que tentar tudo por tudo. Iturbe rendeu Djalma, passando para Fernando a tarefa de cobrir o lado direita da defesa.

E o escândalo esteve quase a acontecer. Num fugaz contra-ataque dos ilhéus, Danilo Dias teve o golo nos pés, mas a sorte do jogo fez com que a bola roçasse a barra de Helton, já batido.

Mas eis que aos 80', na resposta, Rodríguez tirou o coelho da cartola. Bem dentro da área, aproveitando aquilo que me pareceu ser mais um toque na bola infeliz de Belluschi, destinado em princípio a morrer na defensiva insular, o uruguaio, bem colocado, foi rápido a recolher e rematar na passada, obrigando o esférico a beijar as malhas. O Dragão explodiu de contentamento e de alívio.

Três minutos depois, veio o golo da confirmação. Na sequência de um canto marcado por Hulk, Otamendi tocou para a baliza e fez o 2-0.

Os 10 minutos finais foram de descompressão, com os jogadores portistas a acalmarem o ritmo e a trocar a bola para trás, fazendo correr o tempo, numa clara falta de ambição. Estavam já satisfeitos!

A vitória não deixa de der justa, tendo em conta a disposição clara do seu opositor em colocar o «autocarro» estacionado junto sua área. No entanto sobressaiu uma evidente incapacidade portista para praticar bom futebol, demonstrando em largos períodos do jogo demasiada falta de inspiração. A contrário do treinador, não gostei do jogo, nem do desempenho da maior parte dos atletas. A jogar desta forma, vai ser muito complicado conseguir cumprir os objectivos traçados.

5 comentários:

  1. Vitória brilhante arrancada com muito esforço e vontade. Comovente, linda, linda homenagem do FC Porto à nossa grande e imortal Cesária Évora. Dedico-lhe, dedicamos-lhe esta vitória. Estás nos nossos corações, Cesária. Jamais te esqueceremos. Descansa em paz.

    52 JOGOS!

    Com a brilhante vitória sobre o Marítimo, o FC Porto atingiu os 52 jogos sem perder no Campeonato! Está muito perto o recorde de Bobby Robson, no Clube: 53 jogos seguidos sem derrotas! Só falta um!

    2009-2010: 8 vitórias, 1 empate (total 9 jogos);
    2010-2011: 27 vitórias, 3 empates (total 30 jogos);
    2011-2012: 10 vitórias, 3 empates (total 13 jogos);
    TOTAIS: 45 vitórias, 7 empates; 52 JOGOS SEM PERDER!!!

    bibó PORTO!

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  2. Não gostaste do jogo, nem do desempenho de alguns jogadores? OK, respeito, mas discordo totalmente.
    Faltou eficácia? Faltou eficácia e depois algum discernimento, é natural com o tempo a passar e tantas e tantas oportunidades desperdiçadas e um árbitro a roubar, mas nunca baixamos os braços e era uma tremenda injustiça não ganharmos.

    Abraço

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  3. Bom dia,

    O FC Porto alcançou ontem uma importante vitória antes da pausa de Natal e Ano Novo, que lhe permitiu reforçar a posição de líder.

    Antes do início da partida houve a merecida homenagem à Diva dos Pés Descalços, Cesária Évora, grande portista, que em alguns concertos por esse mundo fora envergava o cachecol azul e branco.

    O jogo iniciou-se com um Porto de ataque, que sabia bem o que queria da partida.
    O miolo do nosso meio-campo estava em grande nível.
    Fernando com uma pressão alta, não permitia ao Marítimo sair. Moutinho fez na minha opinião o melhor jogo da época, sempre muito bem a construir lances ofensivos. Belluschi apareceu uns furos acima das suas exibições anteriores, tendo o argentino efectuado uma excelente segunda parte.

    Cedo poderíamos ter alcançado o golo, mas Peçanha foi impedindo que a bola entrasse.
    Também a nossa inépcia não permitiu o golo mais cedo ... inacreditável a perdida de Belluschi. Também Duarte Gomes, um péssimo árbitro, deixou por marcar um penalti claro sobre Belluschi.
    Mas os nossos atletas não se deixaram ir abaixo, e VP através das alterações operadas, manteve a equipa dinâmica, pelo que o golo surgiu naturalmente.

    O resultado foi escasso face ao jogo produzido. Mais uma vez fica provado que nos falta um goleador.

    Nota positiva para Djalma, que táticamente é um jogador disciplinado, trabalhador e sério. Penso que dada a qualidade das nossas alas, Djalma não tem espaço de manobra na equipa, porém ontem surpreendeu me a sua adaptação a defesa direito. Se VP trabalhar o angolano, quem sabe não estará ali um bom defesa direito, pois como disse tem qualidade técnica e tática.

    Nota também positiva para Iturbe, um jovem de quem esperamos muito. Trata-se de um jogador irreverente que não tem medo de partir para cima do adversário. Pode ser em 2012 a nossa grande arma.

    Agora com a reabertura do mercado de inverno, vamos aguardar o desejado ponta de lança, para que possamos atacar 2012 com redobrado optimismo.

    Abraço

    Paulo

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  4. caríssimo Rui,

    a propósito do (polémico) último parágrafo do teu post:

    respeito a tua opinião, mas estou em desacordo.
    ao contrário de outros jogos menos conseguidos, o de ontem teve vários condimentos, que bem explanaste. mas, sobretudo, houve ambição e Querer Vencer.
    é natural que, com o decorrer da partida e depois de todas as peripécias e/ou incidências, os jogadores demonstrassem algum nervoso miudinho - sobretudo depois do quase golpe de teatro do sr. Dias.
    mas, reforço, houve Querer. e houve uma tal empatia com o público que deu para perceber que o golo surgiria mais cedo ou mais tarde.

    para finalizar:
    vê lá tu que até o Vítor Pereira esteve menos mal no banco :D

    abraço

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)

    Miguel | Tomo II

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  5. Estava difícil chegar ao primeiro golo, mas não estava difícil jogar à bola. Que jogo, que exibição, à Porto!

    Só pecou pela tardia dos golos, mas com um Peçanha inspirado não se pode fazer nada e a verdade é que os golos, esses, acabaram por chegar.

    Um abraço

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