FICHA DO JOGO
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Que não ia ser fácil, todos sabíamos. Que os insulares iam apostar numa organização defensiva cerrada, era previsível. Que quase abdicariam de preocupações atacantes, era o esperado. O que não estaria nas previsões gerais era tanta ineficácia, tanta atrapalhação, tanta inoperância, tanta falta de imaginação, tanta aselhice e tão pouca lucidez, da parte dos Campeões nacionais, nem mesmo quando, aos 41' ficaram a jogar contra 10, por expulsão de Roberge.
Os Dragões entraram no jogo com vontade de fazer funcionar cedo o marcador, com Belluschi a desferir um remate frontal, fora da área, que Peçanha teve dificuldades em defender, os ponteiros do relógio marcavam 11' de jogo. O fulgor portista foi-se entretanto perdendo à medida que o tempo avançava, sendo evidente o pouco acerto dos cruzamentos, dos passes, dos lançamentos em profundidade e dos remates.
Até que aos 33' o guardião madeirense resolveu oferecer um brinde de Natal. Com a bola dominada, sem qualquer pressão, tocou inadvertidamente na bola colocando-a ao alcance de Belluschi, que agradeceu mas foi incapaz de o desfeitear, deixando displicentemente que Peçanha corrigisse o monumental erro, levando ao desespero as bancadas do Dragão! Momento incrível para qualquer dos atletas visados.
Três minutos depois foi a vez de aparecer em cena o «artista» do apito a negar uma grande penalidade claríssima sobre Belluschi, autenticamente abalroado por João Luiz!
A insistência portista continuava a esbarrar na defensiva do Marítimo, face ao acumular de erros primários dos portistas, cada vez mais ansiosos praticando um futebol previsível e fácil de anular.
Nem com a expulsão, aos 41' de Roberge, o FC Porto conseguiu ser mais eficaz.
Ao intervalo Vítor Pereira deixou James Rodríguez nos balneários e fez entrar Kléber, deslocando Hulk para a ala, mas as melhorias não se fizeram notar. Belluschi insistia em rematar, mas quase sempre deficientemente, mostrando à saciedade não ser esse o seu forte, bem pelo contrário. A solução haveria de vir do banco. Primeiro coube a Cristian Rodríguez ser chamado à liça, saindo do jogo Maicon, deixando Djalma com a dupla função de defender e atacar pelo seu corredor. As jogadas trapalhonas, os cruzamentos sem nexo e os remates disparatados continuavam na ordem... da noite. Vítor Pereira tinha que tentar tudo por tudo. Iturbe rendeu Djalma, passando para Fernando a tarefa de cobrir o lado direita da defesa.
E o escândalo esteve quase a acontecer. Num fugaz contra-ataque dos ilhéus, Danilo Dias teve o golo nos pés, mas a sorte do jogo fez com que a bola roçasse a barra de Helton, já batido.
Mas eis que aos 80', na resposta, Rodríguez tirou o coelho da cartola. Bem dentro da área, aproveitando aquilo que me pareceu ser mais um toque na bola infeliz de Belluschi, destinado em princípio a morrer na defensiva insular, o uruguaio, bem colocado, foi rápido a recolher e rematar na passada, obrigando o esférico a beijar as malhas. O Dragão explodiu de contentamento e de alívio.
Três minutos depois, veio o golo da confirmação. Na sequência de um canto marcado por Hulk, Otamendi tocou para a baliza e fez o 2-0.
Os 10 minutos finais foram de descompressão, com os jogadores portistas a acalmarem o ritmo e a trocar a bola para trás, fazendo correr o tempo, numa clara falta de ambição. Estavam já satisfeitos!
A vitória não deixa de der justa, tendo em conta a disposição clara do seu opositor em colocar o «autocarro» estacionado junto sua área. No entanto sobressaiu uma evidente incapacidade portista para praticar bom futebol, demonstrando em largos períodos do jogo demasiada falta de inspiração. A contrário do treinador, não gostei do jogo, nem do desempenho da maior parte dos atletas. A jogar desta forma, vai ser muito complicado conseguir cumprir os objectivos traçados.
Vitória brilhante arrancada com muito esforço e vontade. Comovente, linda, linda homenagem do FC Porto à nossa grande e imortal Cesária Évora. Dedico-lhe, dedicamos-lhe esta vitória. Estás nos nossos corações, Cesária. Jamais te esqueceremos. Descansa em paz.
ResponderEliminar52 JOGOS!
Com a brilhante vitória sobre o Marítimo, o FC Porto atingiu os 52 jogos sem perder no Campeonato! Está muito perto o recorde de Bobby Robson, no Clube: 53 jogos seguidos sem derrotas! Só falta um!
2009-2010: 8 vitórias, 1 empate (total 9 jogos);
2010-2011: 27 vitórias, 3 empates (total 30 jogos);
2011-2012: 10 vitórias, 3 empates (total 13 jogos);
TOTAIS: 45 vitórias, 7 empates; 52 JOGOS SEM PERDER!!!
bibó PORTO!
Não gostaste do jogo, nem do desempenho de alguns jogadores? OK, respeito, mas discordo totalmente.
ResponderEliminarFaltou eficácia? Faltou eficácia e depois algum discernimento, é natural com o tempo a passar e tantas e tantas oportunidades desperdiçadas e um árbitro a roubar, mas nunca baixamos os braços e era uma tremenda injustiça não ganharmos.
Abraço
Bom dia,
ResponderEliminarO FC Porto alcançou ontem uma importante vitória antes da pausa de Natal e Ano Novo, que lhe permitiu reforçar a posição de líder.
Antes do início da partida houve a merecida homenagem à Diva dos Pés Descalços, Cesária Évora, grande portista, que em alguns concertos por esse mundo fora envergava o cachecol azul e branco.
O jogo iniciou-se com um Porto de ataque, que sabia bem o que queria da partida.
O miolo do nosso meio-campo estava em grande nível.
Fernando com uma pressão alta, não permitia ao Marítimo sair. Moutinho fez na minha opinião o melhor jogo da época, sempre muito bem a construir lances ofensivos. Belluschi apareceu uns furos acima das suas exibições anteriores, tendo o argentino efectuado uma excelente segunda parte.
Cedo poderíamos ter alcançado o golo, mas Peçanha foi impedindo que a bola entrasse.
Também a nossa inépcia não permitiu o golo mais cedo ... inacreditável a perdida de Belluschi. Também Duarte Gomes, um péssimo árbitro, deixou por marcar um penalti claro sobre Belluschi.
Mas os nossos atletas não se deixaram ir abaixo, e VP através das alterações operadas, manteve a equipa dinâmica, pelo que o golo surgiu naturalmente.
O resultado foi escasso face ao jogo produzido. Mais uma vez fica provado que nos falta um goleador.
Nota positiva para Djalma, que táticamente é um jogador disciplinado, trabalhador e sério. Penso que dada a qualidade das nossas alas, Djalma não tem espaço de manobra na equipa, porém ontem surpreendeu me a sua adaptação a defesa direito. Se VP trabalhar o angolano, quem sabe não estará ali um bom defesa direito, pois como disse tem qualidade técnica e tática.
Nota também positiva para Iturbe, um jovem de quem esperamos muito. Trata-se de um jogador irreverente que não tem medo de partir para cima do adversário. Pode ser em 2012 a nossa grande arma.
Agora com a reabertura do mercado de inverno, vamos aguardar o desejado ponta de lança, para que possamos atacar 2012 com redobrado optimismo.
Abraço
Paulo
caríssimo Rui,
ResponderEliminara propósito do (polémico) último parágrafo do teu post:
respeito a tua opinião, mas estou em desacordo.
ao contrário de outros jogos menos conseguidos, o de ontem teve vários condimentos, que bem explanaste. mas, sobretudo, houve ambição e Querer Vencer.
é natural que, com o decorrer da partida e depois de todas as peripécias e/ou incidências, os jogadores demonstrassem algum nervoso miudinho - sobretudo depois do quase golpe de teatro do sr. Dias.
mas, reforço, houve Querer. e houve uma tal empatia com o público que deu para perceber que o golo surgiria mais cedo ou mais tarde.
para finalizar:
vê lá tu que até o Vítor Pereira esteve menos mal no banco :D
abraço
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)
Miguel | Tomo II
Estava difícil chegar ao primeiro golo, mas não estava difícil jogar à bola. Que jogo, que exibição, à Porto!
ResponderEliminarSó pecou pela tardia dos golos, mas com um Peçanha inspirado não se pode fazer nada e a verdade é que os golos, esses, acabaram por chegar.
Um abraço