quarta-feira, 23 de novembro de 2011

RAÇA E FELICIDADE SUSTENTAM A CHAMA

FICHA DO JOGO
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Uma noite tão fria quanto feliz, voltou a colocar o FC Porto no rumo certo para a desejada qualificação e continuidade na Europa dos milhões. Para já, garantido ficou o objectivo secundário, a Liga Europa. Para passar aos oitavos-de-final da CL, os Dragões estão obrigados a vencer o Zenit, no Dragão, na última jornada.
Tal como há três anos atrás, quando com Jesualdo Ferreira, o FC Porto foi ganhar a Kiev, vitória que acabaria por lançar a equipa na senda vitoriosa,  a Ucrânia voltou a ser redentora, ajudando Vítor Pereira a dissipar de algum modo o clima de contestação com que tem convivido de há umas semanas para cá.

Não é que os azuis e brancos tenham melhorado substancialmente táctica e tecnicamente. O que houve foi mais raça, mais solidariedade, mais ambição e muito espírito de sacrifício, acompanhados, é certo, de uma boa dose de felicidade. 

Vítor Pereira surpreendeu no escalonamento da equipa titular. Preteriu Fucile, já recuperado e insistiu em Maicon a lateral; Colocou Defour, em vez de Belluschi, no meio-campo e na frente, Hulk surgiu ao meio, com Djalma na ala direita e James na esquerda.

Os primeiros vinte minutos foram terríveis, com a equipa ucraniana a levar o perigo à baliza portista, beneficiando da já habitual tremedeira da defensiva azul e branca, que em muito pouco tempo cometeu duas «abébias» que poderiam ter sido fatais. A primeira Helton salvou com defesa espectacular, a segunda esbarrou no poste da baliza. Contudo, nesse período, os Dragões conseguiram ir lá à frente criar duas situações de algum perigo, por intermédio de Hulk e Defour.

O Shakhtar necessitava da vitória para lutar pela Liga Europa e, jogando em casa, onde em cinquenta e tal partidas das provas europeias apenas tinha perdido contra o Barcelona, mostrou-se uma equipa perigosa e dominadora. Teve mais posse de bola, controlou mais tempo o jogo, mas falhou clamorosamente na conclusão e, mais tarde, já em desespero de causa, na cobertura defensiva, permitindo os golos do FC Porto.

O futebol portista enfermou dos defeitos habituais. Muito trapalhão, pouco esclarecido, aos repelões, em determinada altura muito partido, mas desta vez mais eficaz. 

Helton foi de uma importância sublime. Manteve o nulo nas suas redes com estoicismo e muita classe, Hulk voltou e ser decisivo e Moutinho pendular. O passe a rasgar para Hulk marcar o primeiro golo foi divinal.

No final gostei de ver a forma vibrante e solidária com que jogadores, equipa técnica e dirigentes festejaram esta vitória, desmentindo de alguma forma a tese de boicote que eu vinha alimentando. Espero que este tenha sido o ponto de partida para um resto de época arrasadora. 

4 comentários:

  1. Para indicar a minha quase total concordância com o comentário, uso palavras que o amigo aplicou na antevisão ao jogo: adorei a vitória do meu Porto mas, sinceramente, continuo a não acreditar no futuro desta equipa com este conjunto de técnicos.

    Eu também nunca fui muito na tese do boicote. Pareceu-me sempre mais plausível uma desmotivação contagiante.

    Abraço.
    Bibó Porto!

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  2. caro Rui, caríssimos,

    esta noite, mesmo com uma imensa Fortuna, que se soube procurar (e conquistar), a Equipa uniu-se e quis vencer. afinal, "querer é poder".

    e, sendo assim, (i) nada está perdido na Champions e (ii) teremos esta equipa técnica até Dezembro (pelo menos) - pelo que será tempo de nos unirmos e lhes darmos apoio, por muito duvidosos que estejamos com um passado recente que não desejamos que se repita no Futuro mais imediato.

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)
    Miguel | Tomo II

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  3. Bom dia,

    Mais que tudo, ontem a equipa teve atitude séria, lutou e correu pelo resultado.
    O meio campo funcionou e por conseguinte fomos fortes na pressão e na construção de jogo.
    Helton esteve enorme na primeira metade, evitando males maiores. A defesa com os pés foi fantástica.
    Na segunda parte dominamos completamente o adversário e sob a batuta de Hulk e Moutinho conseguimos uma justa vitória.
    Espero sinceramente que não tenha sido uma exibição episódica, e que haja continuidade na atitude, pois as boas exibições surgirão com naturalidade.
    Que o jogo de ontem não seja como a velha fábula do burro e da cenoura.
    Falta-nos uma simples vitória para nos apurarmos. Acredito que se a atitude se mantiver conseguiremos.

    Abraço e boa semana

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com

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  4. O jogo era decisivo, de matar ou morrer na Champions. Para além de uma vitória significar a possibilidade de, vencendo o Zenit no Dragão, os oitavos-de-final da prova mais importante da UEFA serem uma realidade, um triunfo também era necessário para dar uma sapatada na crise de resultados, mostrar que a anunciada morte do Campeão português era manifestamente exagerada. Portanto, pedia-se que no Donbass Arena estivesse o Porto das grandes ocasiões, o Porto que ousou e conseguiu, ser grande também na europa do futebol.

    O desafio não era fácil. O Shakhtar é uma boa equipa, tem bons jogadores, as condições climatéricas não eram as mais favoráveis, mas nada que um F.C.Porto à altura dos seus pergaminhos, do seu prestígio e do que conseguiu no passado, não fosse capaz de ultrapassar. Não era necessário transcendência, ninguém pedia impossíveis, apenas aquilo que os profissionais do F.C.Porto podem dar e já foram capazes de dar. Pediamos carácter, orgulho, união, solidariedade, coesão, crença, alma, capacidade de ir atrás do resultado que interessava, nem que fosse preciso descer ao inferno. Exigia-se um grande grito de revolta. A Champions League maior montra do futebol europeu, a nível de clubes, merece ter nos oitavos-de-final alguns dos mais talentosos jogadores que pisam os relvados portugueses, os brilhantes vencedores da Liga Europa da época passada.
    E, meus caros amigos, não tivemos tudo que pediamos e exigiamos, mas tivemos muito do que era necessário. Hoje fomos Porto, carago!, hoje, quando era decisivo mostrar de que massa são feitos, os profissionais do Dragão deram a resposta, ou melhor, deram várias respostas, sendo que só vou dizer uma: quem não está com o treinador, deixa-o cair. Os jogadores portistas, se podemos pensar e dizer assim, seguraram o seu líder.

    Quando o conjunto funciona, independentemente de haver este ou aquele que se distinguiram - aquela defesa de Helton, é do outro mundo! -, não vou destacar ninguém.
    Não é por ganharmos que vamos pensar que está tudo bem, temos de continuar com os pés no chão e a trabalhar forte, mas esta vitória vai dar confiança, tranquilidade e permitir que haja paz no reino do Dragão. Espero que tenha sido o click para, definitivamente, a coisas entrarem nos eixos.
    Uma palavra de parabéns para o mister, ultimamente tão mal tratado e causticado, até por aqueles que deviam ser os primeiros a terem por ele respeito. O respeito que é devido a quem treina o F.C.Porto.
    Continuamos na europa e estamos a uma vitória dos oitavos-de-final da Champions. Em casa, frente ao Zenit, com o apoio de um estádio cheio, vamos conseguir. Eu acredito!

    Abraço

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